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Promotoria francesa quer levar Orange a julgamento por assédio moral

07/07/2016 06h28

Paris, 7 jul (EFE).- A Promotoria francesa quer denunciar judicialmente a empresa Orange, antiga France Telecom, e sete de seus ex-diretores, entre eles o ex-presidente Didier Lombard, considerando que há evidências de que desde 2007 teve início uma política de gestão de seus empregados que pode ser classificada como assédio moral.

A acusação, com data do dia 22 de junho, embora seu conteúdo tenha sido revelado nesta quinta-feira através de veículos de imprensa como o jornal "Le Monde", marca uma das últimas fases da instrução, à espera em umas semanas da decisão do juiz, que deve definir se haverá processo ou procedimento é arquivado.

O inquérito foi aberto em 2009 com base nas denúncias dos sindicatos do operador de telecomunicações, que se queixavam de métodos de gestão de pessoal "de uma extrema brutalidade", algo que estaria relacionado com os casos de 60 pessoas que se suicidaram em três anos.

O Ministério Público acusa a empresa de criar um clima de ansiedade para os funcionários e cita 39 vítimas, das quais 19 se mataram, 12 tentaram pelo menos uma vez e oito sofreram algum episódio de depressão.

Na origem de tudo está a reestruturação anunciada em 2006 pela direção da companhia estatal que previa a saída em três anos de 22 mil de seus empregados como consequência de uma privatização parcial, quando seu efetivo era 110 mil funcionários.

Entre os ex-diretores que a Promotoria pretende levar para julgamento estão, além de Lombard, aquele que era apontado o seu "número dois", Louis Pierre Wenes, e Olivier Barberot, responsável pelos recursos humanos, todos eles acusados por assédio moral.

Além disso, na lista há outros quatro ex-funcionários acusados de cumplicidade no mesmo crime.