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Ministros de Comércio do G20 decidem se unir para baratear comércio mundial

10/07/2016 09h03

Xangai (China), 10 jul (EFE).- Os ministros de Comércio do G20, que se reuniram neste fim de semana em Xangai no primeiro encontro formal a esse nível desde o estabelecimento de um grupo de trabalho próprio do setor, decidiram unir forças para baratear o comércio internacional e combater o protecionismo.

As conclusões foram explicadas ao término das reuniões neste domingo pelo ministro do Comércio da China, Gao Hucheng, que apresentou uma declaração de 16 páginas na qual os participantes alertaram para os "riscos de descenso" e as "vulnerabilidades" da economia mundial.

"A recuperação da economia global (desde a crise financeira que explodiu em 2008) continua, mas segue sendo desigual e encurta nossa ambição de um crescimento forte, sustentável e equilibrado", resumiu a declaração conjunta, motivo pelo qual foram definidas várias linhas de trabalho conjunto dentro do G20.

Os integrantes do grupo, criado em 1999, representam mais de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 80% do comércio internacional e mais de 70% dos investimentos feitos no planeta, então podem ter um papel fundamental para empurrar o mundo rumo à coordenação de políticas nessa direção, disse Gao.

Os membros decidiram "apresentar liderança política" no mundo para "promover um crescimento do comércio e dos investimentos inclusivo, robusto e sustentável", e cumprir a meta, estipulada na cúpula do G20 de Brisbane, na Austrália, em 2014, de aumentar o crescimento econômico em mais 2% em 2018.

Os ministros de Comércio do G20 constataram como o comércio mundial "se desacelerou significativamente desde 2008, de mais de 7% de média anual entre 1990 e 2008 para menos de 3% de média entre 2009 e 2015", que foi o quarto ano consecutivo em que cresceu menos de 3%, segundo dados da OMC.

Em resposta, decidiram iniciar o que chamaram de "Estratégia do G20 para o Crescimento do Comércio Mundial", mediante a qual planejam "liderar pelo exemplo" no mundo, com ações para baratear e facilitar o comércio mundial e os investimentos e coordenar as regras necessárias em todos os países.

Os países irão "impulsionar o comércio de serviços, fortalecer o financiamento do comércio, promover o desenvolvimento do comércio eletrônico" e abordar políticas de "comércio para o desenvolvimento".

Também comemoraram a criação, pela OMC, do Índice de Perspectiva do Comércio Mundial, apresentado durante a reunião, como ferramenta para avaliar a situação trimestral e a curto prazo, e se comprometeram "a medir os custos do comércio" e "a relação entre medidas estruturais, comércio, investimento e PIB".

Os representantes dos países-membros reconheceram a existência de "problemas estruturais, inclusive excessos de capacidade em alguns setores (principalmente o siderúrgico, de grande interesse para países como Brasil, China e Austrália), exacerbados por uma recuperação econômica mundial fraca e uma demanda de mercado deprimida".

"Reconhecemos que os subsídios e outros tipos de apoio dos governos, ou de instituições oficiais, podem causar distorções no mercado e contribuir para o excesso de capacidade (de produção, em muitos setores), e portanto requerem atenção" por parte do G20 a partir de agora.

Os ministros constataram que, "apesar dos repetidos pedidos do G20, o pacote de medidas restritivas que afetam o comércio de bens e serviços continuou aumentando, com cerca de três quartos das medidas (protecionistas) registradas desde 2008 ainda em vigor".

Em junho, a OMC pediu ao G20 que suas economias retrocedam nesse sentido, já que apenas 387 das 1.583 medidas protecionistas aplicadas desde 2008 foram eliminadas até agora.

"Vamos voltar a nos comprometer com nosso voto existente de parar e retirar as medidas protecionistas", disseram os ministros, sobre um esforço estipulado pelo menos até 2018.

Os ministros reunidos apresentaram "Princípios Guia do G20 para a Criação de Políticas Mundiais de Investimento", a fim de "impulsionar uma política aberta, transparente e não discriminatória" no mundo nesta matéria, que forneça "uma maior previsibilidade e certeza" que ajude as empresas em suas decisões de negócio.