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Argentina de Macri apresenta credenciais para se tornar foco de investimentos

13/09/2016 21h01

Buenos Aires, 13 set (EFE).- Com cerca de 1.500 empresários internacionais reunidos sob o mesmo teto, o governo de Mauricio Macri iniciou nesta terça-feira o primeiro Fórum de Investimento e Negócios da Argentina, um evento com o qual o país procura posicionar-se como foco para os investidores de todo o mundo.

Em um momento-chave no qual a economia começa a dar notícias positivas ao Executivo após nove meses de duros ajustes que causaram descontentamento social, o próprio Macri, encarregado de abrir o evento, convidou dirigentes de empresas como BP, Coca-Cola, IBM e JP Morgan a "voltar os olhos" para as "oportunidades" oferecidas pela Argentina e para "somar-se à etapa" de abertura econômica que começou em dezembro do ano passado.

"Começamos a ver fortes sinais de que a recessão está ficando pra trás e o mundo volta a ver e falar da Argentina", destacou o presidente, que chegou acompanhado por sua esposa, Juliana Awada, para ser recebido com fortes aplausos no imponente auditório do centro cultural CCK de Buenos Aires.

Em seu discurso, Macri reforçou que a Argentina não só é um país de recursos naturais, mas também de potencial "humano" e que as oportunidades oferecidas abrangem todo tipo de setor, desde a agroindústria até as energias renováveis.

Em troca, o Executivo promete "regras de jogo claras" para o mercado, "otimismo", "objetivos concretos" e "constância".

Após a abertura, conferências sobre as perspectivas globais do investimento na Argentina e sessões de trabalho por setores concentraram a atividade do fórum, que se prolongará durante os próximos três dias com uma participação total de 1.900 pessoas.

Tanto nas grandes salas de plenário como nas pequenas conversas de corredor do CCK, a frase "é o momento de investir na Argentina" era uma das mais repetidas.

"A Argentina é uma das melhores oportunidades que vão encontrar para investir no mundo. O momento é agora. Se investirem agora, não vão se equivocar", assegurou o ministro de Produção argentino, Francisco Cabrera, palestrante em uma das sessões plenárias.

Em um sentido parecido se pronunciaram, por exemplo, Andrew N. Liveris, presidente e diretor-executivo da americana Dow Chemical; Martin Sorrell, diretor-executivo da britânica WPP; Marc Nachmann, diretor do Goldman Sachs; e Bruno Di Leo, vice-presidente sênior de Vendas Globais e Distribuição da americana IBM.

Liveris, que no fórum se comprometeu a que a Dow Chemical dirija investimentos rumo ao setor da energia eólica argentina, destacou que era "inimaginável" há pouco que a Argentina se transformasse em um país de "tapete vermelho" para os investimentos, quando há menos de um ano era o contrário.

Por sua parte, Sorrell comentou que a Argentina, um país "revelação" em nível global, é uma grande opção para as companhias britânicas, especialmente no contexto do 'Brexit', como se denomina a saída do Reino Unido da União Europeia.

"Concorre com o Brasil e também com o México no contexto do desenvolvimento latino-americano", acrescentou.

As vantagens do fim dos impedimentos à repatriação dos lucros obtidos no país, o papel dos sindicatos (muito fortes na Argentina) e a necessidade de melhorar as infraestruturas para aumentar a produtividade e o retorno social da atividade empresária foram outros dos temas abordados nesta primeira jornada do fórum.

Também houve debates sobre a nova legislação para a cooperação público-privada, sobre a importância de progredir em tecnologia e telecomunicações e sobre a potencialidade do setor turístico.

Em paralelo, tanto Macri como os ministros de seu gabinete receberam gerentes de distintas companhias, como o fundador da Pan American Silver, Ross Beaty, que anunciou um investimento de US$ 1 bilhão para o desenvolvimento de um megaprojeto no sul do país.

Batizado na Argentina como "Mini Davos" (em referência ao Fórum Econômico Mundial que a cidade Suíça acolhe anualmente), este primeiro Fórum de Investimento e Negócios procura marcar um ponto de inflexão na chegada de investimentos estrangeiros, uma prioridade para a estratégia econômica do governo de Macri.