Fed inicia reunião para tentar pactuar ritmo de ajuste monetário
Alfonso Fernández.
Washington, 20 set (EFE).- O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, começou nesta terça-feira uma nova reunião de política monetária de dois dias de duração e com poucas expectativas de uma alta dos juros devido ao intenso debate interno sobre o momento adequado para prosseguir com o ajuste monetário.
Como a maioria dos analistas descarta para este encontro um anúncio de alta dos juros de referência, atualmente entre 0,25% e 0,5%, todos os olhares se voltaram para a linguagem do comunicado que será divulgado ao término do encontro e, sobretudo, a entrevista coletiva posterior da presidente Janet Yellen.
Além disso, o banco central divulgará suas novas previsões macroeconômicas para a economia americana, com as quais dará pistas sobre suas perspectivas. Em julho, as estimativas ficaram em um crescimento econômico anual de 2% para 2016 e 2017.
Embora o crescimento nos EUA tenha se mantido de maneira sustentada nos últimos anos, esta taxa é considerada ainda frágil para respaldar o curso da maior economia global.
Por isso, as divisões internas afloraram nas últimas semanas, com pesos pesados da organização como William Dudley, do Fed de Nova York, defendendo a possibilidade de uma alta dos juros até o final de ano, e Eric Rosengren, do Fed de Boston, apontando que a justificativa para elevar o preço do dinheiro havia se "reforçado" nas últimas semanas.
Diante deste cenário, a governadora Lael Brainard, ex-subsecretária do Tesouro para Relações Exteriores e designada para o cargo pelo presidente do país, Barack Obama, apelou à cautela em uma recente conferência em Chicago.
Para Brainard, a inflação ainda baixa e a fragilidade da economia global "aconselham prudência na retirada do estímulo monetário".
O Fed conta com um duplo mandato de promoção do pleno emprego e estabilidade de preços.
Apesar de a taxa de desemprego estar novamente em níveis prévios à crise financeira de 2008, atualmente em 4,9%; a taxa anualizada de inflação é de 1%, abaixo da meta de 2% estabelecida pelo banco central americano.
Na recente conferência de Jackson Hole (Wyoming), com a qual tradicionalmente se dá início ao novo curso monetário em EUA, Janet Yellen deu, no final de agosto, um passo à frente.
"À luz do contínuo e sólido comportamento do mercado de trabalho e nossas perspectivas de atividade econômica e inflação, acredito que o argumento para uma alta nas taxas de juros se fortaleceu nos meses recentes", disse Yellen na ocasião.
Mas nem todos os economistas se mostram confiantes que a economia conta com a solidez necessária para um novo ajuste, depois do realizado em dezembro do ano passado.
É o caso do ex-secretário do Tesouro e professor de Harvard Larry Summers, que cunhou o termo "estagnação secular" em referência a um futuro de baixos níveis de crescimento e pouca produtividade, e advertiu que o Fed não conta com "as ferramentas necessárias" para enfrentar a próxima recessão, cujas possibilidades, segundo ele, "são de 50%".
Do outro lado da balança está Jamie Dimon, executivo-chefe do banco JPMorgan, que na semana passada ofereceu seu apoio a uma elevação dos juros.
"Vinte e cinco pontos básicos é só uma gota no copo. Devemos subir as taxas de juros de uma vez. Eu o faria mais cedo que tarde", disse Dimon em uma conferência no Economic Club de Washington.
Após a reunião de hoje e amanhã, o Fed terá neste ano apenas dois encontros de política monetária, em novembro e dezembro.
Washington, 20 set (EFE).- O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, começou nesta terça-feira uma nova reunião de política monetária de dois dias de duração e com poucas expectativas de uma alta dos juros devido ao intenso debate interno sobre o momento adequado para prosseguir com o ajuste monetário.
Como a maioria dos analistas descarta para este encontro um anúncio de alta dos juros de referência, atualmente entre 0,25% e 0,5%, todos os olhares se voltaram para a linguagem do comunicado que será divulgado ao término do encontro e, sobretudo, a entrevista coletiva posterior da presidente Janet Yellen.
Além disso, o banco central divulgará suas novas previsões macroeconômicas para a economia americana, com as quais dará pistas sobre suas perspectivas. Em julho, as estimativas ficaram em um crescimento econômico anual de 2% para 2016 e 2017.
Embora o crescimento nos EUA tenha se mantido de maneira sustentada nos últimos anos, esta taxa é considerada ainda frágil para respaldar o curso da maior economia global.
Por isso, as divisões internas afloraram nas últimas semanas, com pesos pesados da organização como William Dudley, do Fed de Nova York, defendendo a possibilidade de uma alta dos juros até o final de ano, e Eric Rosengren, do Fed de Boston, apontando que a justificativa para elevar o preço do dinheiro havia se "reforçado" nas últimas semanas.
Diante deste cenário, a governadora Lael Brainard, ex-subsecretária do Tesouro para Relações Exteriores e designada para o cargo pelo presidente do país, Barack Obama, apelou à cautela em uma recente conferência em Chicago.
Para Brainard, a inflação ainda baixa e a fragilidade da economia global "aconselham prudência na retirada do estímulo monetário".
O Fed conta com um duplo mandato de promoção do pleno emprego e estabilidade de preços.
Apesar de a taxa de desemprego estar novamente em níveis prévios à crise financeira de 2008, atualmente em 4,9%; a taxa anualizada de inflação é de 1%, abaixo da meta de 2% estabelecida pelo banco central americano.
Na recente conferência de Jackson Hole (Wyoming), com a qual tradicionalmente se dá início ao novo curso monetário em EUA, Janet Yellen deu, no final de agosto, um passo à frente.
"À luz do contínuo e sólido comportamento do mercado de trabalho e nossas perspectivas de atividade econômica e inflação, acredito que o argumento para uma alta nas taxas de juros se fortaleceu nos meses recentes", disse Yellen na ocasião.
Mas nem todos os economistas se mostram confiantes que a economia conta com a solidez necessária para um novo ajuste, depois do realizado em dezembro do ano passado.
É o caso do ex-secretário do Tesouro e professor de Harvard Larry Summers, que cunhou o termo "estagnação secular" em referência a um futuro de baixos níveis de crescimento e pouca produtividade, e advertiu que o Fed não conta com "as ferramentas necessárias" para enfrentar a próxima recessão, cujas possibilidades, segundo ele, "são de 50%".
Do outro lado da balança está Jamie Dimon, executivo-chefe do banco JPMorgan, que na semana passada ofereceu seu apoio a uma elevação dos juros.
"Vinte e cinco pontos básicos é só uma gota no copo. Devemos subir as taxas de juros de uma vez. Eu o faria mais cedo que tarde", disse Dimon em uma conferência no Economic Club de Washington.
Após a reunião de hoje e amanhã, o Fed terá neste ano apenas dois encontros de política monetária, em novembro e dezembro.
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