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Banco Central eleva previsão de inflação para 7,3% em 2016

27/09/2016 11h16

Rio de Janeiro, 27 set (EFE).- O Banco Central prevê que o país terminará 2016 com uma inflação de 7,3%, acima da meta oficial pelo segundo ano consecutivo, uma alta em relação à taxa prevista pelo órgão em seu último relatório trimestral, que era de 6,9%.

As projeções estão no Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje, no qual o Banco Central manteve a perspectiva de retração do Produto Interno Bruto (PIB) do país para 2016 em 3,3%.

As expectativas mostram que a economia do país continua em um de seus momentos mais delicados em várias décadas, mas os indicadores apontam que este ano será melhor que 2015, quando o Brasil terminou com uma contração econômica de 3,8% e uma inflação de 10,67%.

O Banco Central, no entanto, prevê uma leve recuperação para 2017. Segundo o relatório, a economia crescerá 1,3% e uma inflação de 4,4%, dentro do teto máximo projetado pelo governo de 6,5%.

De acordo com o relatório divulgado hoje, a recessão deste ano será provocada principalmente pela queda do consumo dos brasileiros, que ficará 4,4% menor. Os investimentos, no entanto, não diminuirão tanto como os analistas do Banco Central esperavam.

A queda da chamada Formação Bruta de Capital Fixo (investimento produtivo) em 2016 será de 8,7%, abaixo dos 11,6% previstos há três meses pelo Banco Central.

A recuperação econômica de 2017 será igualmente impulsionada pelos investimentos, que, segundo as previsões, crescerão 4%. Já o consumo dos brasileiros terá alta de 0,8%.

Segundo o Banco Central, as previsões são "consistentes com o cenário de recuperação dos indicadores de confiança e da consolidação do ajuste fiscal em curso".

A primeira medida anunciada pelo presidente Michel Temer foi um duro ajuste que tem como objetivo reduzir o déficit e a dívida pública para recuperar a confiança de empresas e consumidores.

Os últimos indicadores mostram que, com o impeachment de Dilma Rousseff e a diminuição da incerteza política no país, a confiança de investidores e empresários começou a reagir.

"Há sinais positivos em relação ao envio e a votação (no Congresso) das reformas tributárias. No entanto, o processo de tramitação ainda está no início e a incerteza sobre sua aprovação e implementação permanece", admitiu o Banco Central.