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Volkswagen corta 30 mil empregos para economizar 3,7 bilhões de euros ao ano

18/11/2016 17h11

Arantxa Iñiguez.

Frankfurt 18 nov (EFE).- A Volkswagen vai cortar 30 mil empregos até 2020 para economizar 3,7 bilhões de euros anuais e financiar a transição do motor de combustão para o elétrico e a digitalização.

Um ano depois que vazou a informação de que a companhia tinha manipulado o índices de emissões de 11 milhões de veículos com motor a diesel, a Volkswagen anunciou nesta sexta-feira a redução de 23 mil vagas de empregos em áreas convencionais na Alemanha e de 7 mil na América do Sul.

Por outro lado, a maior empresa automobilística da Europa vai criar 9 mil empregos em áreas que estão em crescimento, como a de motores elétricos e a digitalização, com investimentos de 3,5 bilhões de euros.

A companhia terá na Alemanha, dentro de seu setor de desenvolvimento e produção, uma fábrica piloto para desenvolver baterias e módulos.

A Volkswagen, que emprega no mundo todo 624 mil pessoas, indicou em entrevista coletiva que já começou a redução de postos de trabalho na América do Sul.

A companhia não especificou em que países, mas há muito tempo estava negociando cortes no Brasil, em sua filial Volkswagen do Brasil.

O grupo Volkswagen conta com quatro fábricas no Brasil - Anchieta, Taubaté, São Carlos (no estado de São Paulo) e Curitiba (Paraná) - nas quais emprega a 18.500 pessoas.

A produção no Brasil é de 423 mil veículos e 478 mil motores.

Os modelos produzidos no país são: Gol, Saveiro, Saveiro Cross, Jetta, Voyage, up!, cross-up!, Fox, CrossFox, SpaceFox, Golf e Audi A3.

Já na Argentina, a Volkswagen tem duas fábricas, que empregam 7.100 pessoas, enquanto no México, produz veículos em Puebla e motores em Silao, em unidades que totalizam 16.500 funcionários.

Em comunicado, a Volkswagen garantiu que não vai realizar demissões forçadas na Alemanha até 2025 e que reduzirá o pessoal com aposentadorias antecipadas, diminuindo a jornada dos trabalhadores mais velhos e outras oscilações de pessoal.

Da economia de 3,7 bilhões de euros, 3 bilhões correspondem à Alemanha e 700 milhões de euros do exterior.

Com este plano de eficiência, a Volkswagen quer aumentar a produtividade nas fábricas alemãs em 25% e melhorar a rentabilidade operacional sobre as vendas em até 4% para 2020.

O grupo quer reduzir seus custos até um nível que volte a lhe tornar competitivo, especialmente a marca Volkswagen, que tem uma rentabilidade muito baixa sobre as vendas.

Este ano, a empresa automobilística reduziu os investimentos em áreas que não estão relacionadas com o produto em 1 bilhão de euros e vai continuar fazendo isto nos próximos três anos.

O grupo já tinha reduzido os investimentos totais para 12 bilhões de euros anuais.

"Esta é uma grande conquista de todas as marcas e companhias do grupo e libera financiamento para projetos importantes para o futuro", afirmou o presidente da corporação, Matthias Müller.

A Volkswagen quer lançar no mercado mais de 30 modelos completamente elétricos até 2025 e o diretor da marca VW, Herbert Diess, afirmou que, com este plano de futuro, a companhia "dá um grande passo adiante".

O grupo Volkswagen quer transformar sua marca principal para deixá-la em forma para as grandes mudanças que vêm acontecendo no setor automobilístico, como a transição para veículos elétricos, para a digitalização e os serviços de mobilidade.

Segundo o presidente do comitê de empresas do grupo, Bernd Osterloh, o mais importante é que se chegou a um acordo de que não haverá demissões forçadas até o fim de 2025.

Na Alemanha, a Volkswagen emprega 282 mil pessoas, principalmente nas fábricas de Wolfsburg, Kassel, Salzgitter, Emden, Braunschweig e Zwickau.

As plantas alemãs serão pioneiras nos modelos elétricos dentro do grupo, com a produção de novos veículos e de componentes.

"O comitê de empresas se assegurou que estes modelos orientados para o futuro serão produzidos na Alemanha, e não em outros países", frisou Osterloh.