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Trump anuncia a intenção de retirar EUA do TPP assim que assumir governo

Em Nova York

21/11/2016 23h56

O presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (21) a intenção de retirar o país do Acordo de Associação Transpacífico (TPP), o considera um "desastre potencial".

Trump, que durante a campanha eleitoral já tinha expressado oposição ao tratado, disse que quando assumir o poder na Casa Branca, em janeiro de 2017, buscará negociar "tratados bilaterais justos" que gerem empregos para o país.

O TPP, uma iniciativa impulsionada pelo presidente Barack Obama, não foi ratificado pelo Congresso dos Estados Unidos, onde encontrou forte oposição de parte dos legisladores republicanos.

O magnata deixou transparecer a decisão em um vídeo de dois minutos e meio no qual diz algumas das medidas que pretende implementar quando assumir a presidência, no dia 20 de janeiro.

"Vou emitir uma notificação de intenções para retirar os EUA do TPP, um desastre potencial para o nosso país", afirmou o futuro governante.

Em troca, acrescentou que impulsionará tratados bilaterais que permitam gerar empregos que foram perdidos por acordos comerciais passados.

O TPP, que foi definido no dia 4 de fevereiro passado após seis anos de negociações, está assinado por 12 países, entre eles Estados Unidos, Austrália, Canadá, Chile, México e Peru.

O tratado é considerado um acordo comercial que, entre outras razões, busca resistir à expansão comercial da China, uma das nações excluídas desta iniciativa.

O TPP prevê um período de dois anos para ser ratificado pelos parlamentos dos países-membros, mas, para entrar em vigor, é necessário que os signatários representem, pelo menos, 85% do PIB do bloco. A retirada dos EUA da iniciativa representa um sério tropeço para o tratado.

Em sua mensagem, Trump disse que pediu à equipe de transição uma série de ações executivas que serão desenvolvidas "desde o primeiro dia" de seu mandato e que buscarão "restabelecer as leis e recuperar postos de trabalho".

Entre elas, mencionou também a intenção de eliminar restrições no desenvolvimento energético, incluindo as que afetam as jazidas de camadas de xisto e as que geram "carvão limpo".

Trump disse que por cada regulação nova que for aprovada "terão que ser eliminadas duas", como parte de sua promessa de reduzir as regulações em diferentes campos da economia.

No plano migratório, o republicano anunciou que uma de suas medidas iniciais será pedir ao Departamento de Trabalho que "averigue todos os abusos de programas de vistos que prejudicam as oportunidades dos trabalhadores americanos".

Trump já havia anunciado a intenção de deportar do país os imigrantes que tenham um passado criminoso, mas o anúncio de hoje está ligado a programas como a entrada de técnicos especializados em campos, como o tecnológico.

Em matéria de segurança nacional, Trump anunciou que pedirá ao Departamento de Defesa e aos chefes militares um plano para proteger a infraestrutura dos Estados Unidos de ataques cibernéticos ou físicos. Tudo isso, segundo o próximo presidente, "para gerar riqueza e empregos".