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Maduro nega moratória da PDVSA e acusa JP Morgan de "ataques" à Venezuela

22/11/2016 17h30

Caracas, 22 nov (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que a estatal petrolífera PDVSA não descumpriu os compromissos de pagamento, como disse na segunda-feira o banco americano JP Morgan, o qual acusou de realizar "ataques criminosos" contra o país.

"JP Morgan declarou que a PDVSA não tinha pago e que tinha entrado em moratória, e era mentira, é mentira", argumentou Maduro durante seu programa de rádio, no qual também explicou que nos últimos 20 meses a Venezuela pagou US$ 60 bilhões "de maneira rigorosa" em compromissos financeiros.

O líder venezuelano informou que a estatal tinha depositado com adiantamento os juros aos detentores de bônus dos anos 2021, 2026 e 2024, mas que o Citibank não tinha comunicado a estes credores e que "por trás disto está o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos".

"Digo aos venezuelanos, é criminoso este tipo de anúncio contra um país inteiro, este tipo de emboscada, de maldade contra um país que trabalha", afirmou Maduro ao acusar a oposição venezuelana de participar destes "ataques".

O presidente pediu à mesa de diálogo que conta com a participação de delegados de seu governo e da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) a assinatura de um acordo em rejeição "a esta atitude pública do JP Morgan contra o país" que, segundo ponderou, "tem caráter criminoso".

Além disso, Maduro disse que o presidente da PDVSA, Eulogio del Pino, elaborará uma proposta junto a escritórios internacionais "para tomar ações judiciais contra a JP Morgan".

"O mínimo que poderia fazer é pedir desculpas e dizer que se equivocou, eu denuncio esta campanha financeira", disse o líder venezuelano, ao dizer que em 2017 haverá "boas notícias" para a Venezuela em matéria de finanças internacionais, o que será, segundo sua opinião, uma "vingança" contra o banco americano.

A companhia petrolífera estatal PDVSA também emitiu um comunicado no qual rejeitou "as falsas versões da imprensa" que mencionaram uma suposta moratória citando o JP Morgan e ressaltou que o bônus do ano 2035 "se encontra em processo de execução, segundo os termos e condições que estabelecem os lapsos previstos nessa emissão".

Del Pino, ministro do Petróleo venezuelano, qualificou na rede social Twitter de "totalmente falsa" a informação de moratória da estatal "divulgada irresponsavelmente pelos inimigos da pátria".