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Governo britânico reduz sua previsão de crescimento em 2017 para 1,4%

23/11/2016 15h18

Londres, 23 nov (EFE).- O governo do Reino Unido rebaixou nesta quarta-feira para 1,4% sua previsão de crescimento econômico para 2017, contra os 2,2% previstos em março, devido aos efeitos da vitória do "Brexit" no referendo de 23 de junho.

O ministro da Economia, Philip Hammond, explicou na Câmara dos Comuns que o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido crescerá acima do previsto este ano, de 2 a 2,1 %, mas ficará abaixo das expectativas nos anos seguintes, com 1,7% em 2018, 2,1% em 2019 e 2020, e 2% em 2021.

Em conjunto, o Reino Unido crescerá nesta legislatura 2,4 pontos percentuais a menos do que poderia se tivesse optado por ficar na União Europeia (UE), segundo dados do Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR, sigla em inglês), que supervisiona as finanças públicas.

Ao fazer sua Declaração de Outono diante do parlamento, na qual apresenta o orçamento preliminar para o exercício 2017-2018, Hammond confirmou que descartou a meta do governo conservador anterior de eliminar o déficit fiscal neste curso parlamentar e conseguir um superávit em 2019-2020.

Por outro lado, a OBR prevê agora um aumento do endividamento do Estado britânico, que subirá para 68,2 bilhões de libras (R$ 283,69 bilhões) neste exercício fiscal, que vai de abril de 2016 a abril de 2017, 23% a mais que o previsto no orçamento geral de março, e até 59 bilhões de libras (R$ 245,42 bilhões) em 2017-2018, um valor 52% maior que o estimado previamente.

Hammond ressaltou que mantém o compromisso do Executivo anterior com "a disciplina fiscal", mas "reconhecendo a necessidade de investir mais para impulsionar a produtividade".

Neste sentido, o ministro apresentou prioridades orçamentárias que, segundo ele, estão destinadas a "abordar as debilidades da economia britânica no longo prazo", como a falta de produtividade, a pouca diversificação e a escassez de moradia.

Hammond anunciou a criação de um fundo para a infraestrutura de habitação, que reservará 2,3 bilhões de libras (R$ 9,57 bilhões) para financiar a construção de 100 mil novas propriedades em áreas de alta demanda, entre elas 40 mil de preço mais acessível.

Além disso, o ministro antecipou que proibirá que as agências imobiliárias cobrem dos arrendatários taxas pela administração do aluguel, em uma tentativa por abordar a crise pelo alto preço da habitação no Reino Unido.

Anteriormente, foi anunciado o investimento, daqui até o final da legislatura, de 2 bilhões de libras (R$ 8,32 bilhões) em projetos de inovação científica.

A primeira-ministra Theresa May assegurou que este é um orçamento preliminar "equilibrado e prudente, que deixará claro que o Reino Unido está aberto aos negócios e que o governo está do lado do povo trabalhador, que sofre até chegar o fim do mês".