A cada ano, 200 mil pessoas morrem no mundo envenenadas por pesticidas
Genebra, 8 mar (EFE).- O uso de pesticidas, particularmente na agricultura, é responsável por 200 mil mortes a cada ano por envenenamento, disse nesta quarta-feira a relatora da ONU sobre o direito à alimentação, Hilal Elver.
Na apresentação de seu relatório anual perante o Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, Hilal apontou que a grande maioria da população mundial está exposta aos pesticidas, seja através dos alimentos, da água, do ar ou por contato direto com estes produtos químicos e seus resíduos.
A exposição aos pesticidas tem uma variedade de consequências irreversíveis para a saúde, como câncer, alzheimer e parkinson, transtornos hormonais, desordens no crescimento e esterilidade.
Além disso, mulheres grávidas correm maior risco de abortos espontâneos, partos prematuros e de más-formações congênitas no bebê.
No caso das crianças, há evidências de desordens mentais e físicas durante seu desenvolvimento, inclusive se sua exposição aos pesticidas for baixa, explicou a relatora em entrevista coletiva após sua apresentação perante o CDH.
Hilal, que expôs os resultados de um ano de pesquisas e viagens por conta de seu mandato, apontou que 99% de casos graves de contaminação acidental com pesticidas ocorrem nos países em desenvolvimento.
Apesar disso, áreas economicamente desenvolvidas do mundo, como as populações da União Europeia e dos Estados Unidos, não estão isentas dos prejuízos do uso dos pesticidas.
"Embora nesses lugares não haja grandes acidentes, o que está ocorrendo é a modificação dos genes das plantas. Trata-se de um problema de ordem sistêmica", explicou.
Apesar da gravidade deste problema, somente entre 25% e 35% dos países em desenvolvimento contam com normas legais que regulem o uso de pesticidas, mas em 80% dos casos não contam com recursos para que sejam cumpridas.
Hilal enfatizou que "a relação entre doenças e pesticidas não é entendida claramente", o que se deve à estratégia dos produtores de pesticidas, um setor dominado por corporações.
"Ao invés de assumir sua responsabilidade e reduzir os impactos negativos de seus produtos, a indústria dos pesticidas fez todo o possível para minimizar a magnitude dos danos que eles ocasionam", alertou.
A relatora da ONU comparou esta estratégia à utilizada pela indústria do tabaco, que argumenta que a relação entre seu consumo e diversas patologias não está absolutamente comprovada, apesar das evidências científicas a respeito.
Assim como no setor do tabaco, "os esforços para influir, os estudos financiados pela indústria e outras estratégias obstruíram reformas e paralisaram as restrições aos pesticidas em nível mundial", lamentou.
Frente a este panorama, Hilal deu como exemplo o desenvolvimento da agricultura ecológica, que demonstrou ser possível cultivar com menos ou sem pesticidas, que o rendimento é adequado e produziria o suficiente para que a população mundial esteja adequadamente alimentada.
Na apresentação de seu relatório anual perante o Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, Hilal apontou que a grande maioria da população mundial está exposta aos pesticidas, seja através dos alimentos, da água, do ar ou por contato direto com estes produtos químicos e seus resíduos.
A exposição aos pesticidas tem uma variedade de consequências irreversíveis para a saúde, como câncer, alzheimer e parkinson, transtornos hormonais, desordens no crescimento e esterilidade.
Além disso, mulheres grávidas correm maior risco de abortos espontâneos, partos prematuros e de más-formações congênitas no bebê.
No caso das crianças, há evidências de desordens mentais e físicas durante seu desenvolvimento, inclusive se sua exposição aos pesticidas for baixa, explicou a relatora em entrevista coletiva após sua apresentação perante o CDH.
Hilal, que expôs os resultados de um ano de pesquisas e viagens por conta de seu mandato, apontou que 99% de casos graves de contaminação acidental com pesticidas ocorrem nos países em desenvolvimento.
Apesar disso, áreas economicamente desenvolvidas do mundo, como as populações da União Europeia e dos Estados Unidos, não estão isentas dos prejuízos do uso dos pesticidas.
"Embora nesses lugares não haja grandes acidentes, o que está ocorrendo é a modificação dos genes das plantas. Trata-se de um problema de ordem sistêmica", explicou.
Apesar da gravidade deste problema, somente entre 25% e 35% dos países em desenvolvimento contam com normas legais que regulem o uso de pesticidas, mas em 80% dos casos não contam com recursos para que sejam cumpridas.
Hilal enfatizou que "a relação entre doenças e pesticidas não é entendida claramente", o que se deve à estratégia dos produtores de pesticidas, um setor dominado por corporações.
"Ao invés de assumir sua responsabilidade e reduzir os impactos negativos de seus produtos, a indústria dos pesticidas fez todo o possível para minimizar a magnitude dos danos que eles ocasionam", alertou.
A relatora da ONU comparou esta estratégia à utilizada pela indústria do tabaco, que argumenta que a relação entre seu consumo e diversas patologias não está absolutamente comprovada, apesar das evidências científicas a respeito.
Assim como no setor do tabaco, "os esforços para influir, os estudos financiados pela indústria e outras estratégias obstruíram reformas e paralisaram as restrições aos pesticidas em nível mundial", lamentou.
Frente a este panorama, Hilal deu como exemplo o desenvolvimento da agricultura ecológica, que demonstrou ser possível cultivar com menos ou sem pesticidas, que o rendimento é adequado e produziria o suficiente para que a população mundial esteja adequadamente alimentada.
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