Governo diz que controles sanitários e ambientais garantem qualidade da carne
Eduardo Davis.
Brasília, 23 mar (EFE).- O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que os controles sanitários e ambientais adotados no país são rigorosos e que a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre 21 frigoríficos é focada em assuntos burocráticos, que não colocam em dúvida a qualidade da carne do país.
"O que se investiga não é a qualidade dos produtos nem sua condição sanitária, mas a conduta de alguns agentes públicos ligados à fiscalização, a assuntos burocráticos", afirmou Blaggi em uma teleconferência realizada com correspondentes estrangeiros nesta quinta-feira.
O ministro reiterou que, dos 4.837 frigoríficos que existem no país, apenas 21 estão sendo investigados. "Nenhum deles pela qualidade de seus produtos, mas por questões burocráticas de poucos fiscais que já foram afastados de seus cargos", afirmou.
Segundo Maggi, as dúvidas sobre a qualidade surgiram pela forma como a PF, responsável pelas investigações, apresentou o caso na última sexta-feira, quando deflagrou a Operação Carne Fraca e informou o desmantelamento de uma máfia de adulteração dos produtos.
Além de ventilar diversas irregularidades no processamento das carnes, a PF disse que cerca de 30 fiscais eram subornados por empresas para permitir que carnes não adequadas ao consumo chegassem ao mercado consumidor.
"A forma como se colocou insinuou que se investigava a qualidade do produto e não é verdade. Se investiga processos burocráticos. Disseram que usavam carnes não permitidas em embutidos e não é verdade. Se confundiu o possível uso de embalagens de papelão com a possibilidade de o papelão ter sido misturado com a carne e também não é verdade, assim como é mentira o uso de substâncias cancerígenas", explicou o ministro.
Essa mesma afirmação foi feita pela PF três dias após a revelação do escândalo, em nota oficial.
"Os fatos se relacionam diretamente com o desvio de conduta profissional praticado por alguns funcionários e não representa um mau funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro", afirmou a PF.
Maggi reiterou que a maior preocupação do governo é provar aos importadores de carnes brasileiras que não existem problemas de credibilidade, mas voltou a admitir que o assunto custará ao país parte de sua credibilidade e uma importante perda de mercado.
Segundo os cálculos do ministro, o escândalo pode custar ao Brasil, um dos maiores exportadores de carne do mundo, 10% do mercado no exterior e perdas de US$ 1,5 bilhão por ano.
Mesmo assim, Maggi explicou que manterá contatos com todos os países que adquirem carnes brasileiras para tentar minimizar o impacto da operação e mostrar a "excelência" dos produtos locais.
Nesse sentido, o ministro comemorou que a maioria dos clientes do Brasil no mercado global aceitou o "autoembargo" que o próprio Ministério da Agricultura impôs aos frigoríficos investigados, que foram suspensos de exportar temporariamente.
De acordo com o ministro, há atualmente 5.000 contêineres embarcados em alto-mar e com destino a muito dos países importadores, entre os quais há alguns que suspenderam totalmente as compras da carne brasileira.
"Estamos fazendo o rastreamento e, se for o caso, eles retornarão ao país, apesar da maioria ser de plantas que não estão sendo investigadas. Por isso, esperamos que sejam recebidos", indicou.
O ministro citou como outra prova dos controles aplicadas no país as sanções anunciadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) a 15 frigoríficos e outras 20 fazendas por comercializar gado em áreas de proteção ambiental ou desmatadas de forma ilegal.
Entre as empresas multadas está a JBS, que figura entre as maiores exportadoras de carnes do Brasil e também entre as 21 investigadas pela adulteração de seus produtos.
"Essa ação mostra claramente que nossas políticas de controle ao desmatamento funcionam e serve para ressaltar que o sistema de fiscalização é efetivo", indicou o ministro.
Brasília, 23 mar (EFE).- O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que os controles sanitários e ambientais adotados no país são rigorosos e que a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre 21 frigoríficos é focada em assuntos burocráticos, que não colocam em dúvida a qualidade da carne do país.
"O que se investiga não é a qualidade dos produtos nem sua condição sanitária, mas a conduta de alguns agentes públicos ligados à fiscalização, a assuntos burocráticos", afirmou Blaggi em uma teleconferência realizada com correspondentes estrangeiros nesta quinta-feira.
O ministro reiterou que, dos 4.837 frigoríficos que existem no país, apenas 21 estão sendo investigados. "Nenhum deles pela qualidade de seus produtos, mas por questões burocráticas de poucos fiscais que já foram afastados de seus cargos", afirmou.
Segundo Maggi, as dúvidas sobre a qualidade surgiram pela forma como a PF, responsável pelas investigações, apresentou o caso na última sexta-feira, quando deflagrou a Operação Carne Fraca e informou o desmantelamento de uma máfia de adulteração dos produtos.
Além de ventilar diversas irregularidades no processamento das carnes, a PF disse que cerca de 30 fiscais eram subornados por empresas para permitir que carnes não adequadas ao consumo chegassem ao mercado consumidor.
"A forma como se colocou insinuou que se investigava a qualidade do produto e não é verdade. Se investiga processos burocráticos. Disseram que usavam carnes não permitidas em embutidos e não é verdade. Se confundiu o possível uso de embalagens de papelão com a possibilidade de o papelão ter sido misturado com a carne e também não é verdade, assim como é mentira o uso de substâncias cancerígenas", explicou o ministro.
Essa mesma afirmação foi feita pela PF três dias após a revelação do escândalo, em nota oficial.
"Os fatos se relacionam diretamente com o desvio de conduta profissional praticado por alguns funcionários e não representa um mau funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro", afirmou a PF.
Maggi reiterou que a maior preocupação do governo é provar aos importadores de carnes brasileiras que não existem problemas de credibilidade, mas voltou a admitir que o assunto custará ao país parte de sua credibilidade e uma importante perda de mercado.
Segundo os cálculos do ministro, o escândalo pode custar ao Brasil, um dos maiores exportadores de carne do mundo, 10% do mercado no exterior e perdas de US$ 1,5 bilhão por ano.
Mesmo assim, Maggi explicou que manterá contatos com todos os países que adquirem carnes brasileiras para tentar minimizar o impacto da operação e mostrar a "excelência" dos produtos locais.
Nesse sentido, o ministro comemorou que a maioria dos clientes do Brasil no mercado global aceitou o "autoembargo" que o próprio Ministério da Agricultura impôs aos frigoríficos investigados, que foram suspensos de exportar temporariamente.
De acordo com o ministro, há atualmente 5.000 contêineres embarcados em alto-mar e com destino a muito dos países importadores, entre os quais há alguns que suspenderam totalmente as compras da carne brasileira.
"Estamos fazendo o rastreamento e, se for o caso, eles retornarão ao país, apesar da maioria ser de plantas que não estão sendo investigadas. Por isso, esperamos que sejam recebidos", indicou.
O ministro citou como outra prova dos controles aplicadas no país as sanções anunciadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) a 15 frigoríficos e outras 20 fazendas por comercializar gado em áreas de proteção ambiental ou desmatadas de forma ilegal.
Entre as empresas multadas está a JBS, que figura entre as maiores exportadoras de carnes do Brasil e também entre as 21 investigadas pela adulteração de seus produtos.
"Essa ação mostra claramente que nossas políticas de controle ao desmatamento funcionam e serve para ressaltar que o sistema de fiscalização é efetivo", indicou o ministro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.