Ruas de Teerã já não suportam tamanha variedade de "táxis"
Marina Villén.
Teerã, 11 abr (EFE).- Táxis privados e compartilhados, com licença ou ilegais e de cores oficiais ou sem distintivo disputam passageiros sobre o asfalto de Teerã. Uma heterogênea oferta de transporte que está aumentando e cujo precário equilíbrio começa a se desintegrar.
Tudo parecia ser válido nas caóticas e congestionadas ruas da capital iraniana até que recentemente se tornou difícil ter espaço para tantos motoristas espontâneos, alguns inclusive vindos de outras regiões do país.
Devido ao desemprego e aos altos preços de muitos produtos e serviços básicos, cada vez mais cidadãos decidem se colocar ao volante para conseguir se sustentar até o fim do mês, seja como única ocupação ou como um trabalho extra ao sair do escritório.
Os taxistas oficiais e as tradicionais cooperativas decidiram unir forças contra a ameaça e, perante a dificuldade de enfrentar os motoristas por conta própria, protagonizaram nos últimos meses protestos contra as companhias Snapp e Tapsi, similares ao Uber.
A aparição destas empresas há pouco mais de dois anos com uma oferta mais barata "diminuiu em 20% o trabalho dos taxistas", lamentou em declarações à Agência Efe Abbas Ali Ramezani, que trabalha como motorista de táxi há 15 anos.
"Os passageiros não aceitam nossas tarifas, querem usar nosso serviço com o preço da Snapp, e muitos motoristas de cooperativas foram para a Snapp porque os custos são menores", explicou.
O veterano taxista também se queixa da mudança no comportamento dos chamados "mosafer kesh", aqueles motoristas que trabalham em carro particular e que antes davam preferência aos táxis oficiais.
"Agora nos ultrapassam, buzinam e nos tomam os clientes. A maioria vem de outras cidades nas quais não há trabalho e aqui dormem nos parques", acrescentou.
Frente aos reconhecíveis táxis de cor amarela ou verde, que dependem da prefeitura e têm taxímetro - embora nem sempre seja usado -, há veículos com uma placa no teto na qual se lê "táxi" e outros sem nenhum tipo de distintivo.
Além disso, é possível compartilhar um táxi com rotas fixas em determinadas avenidas e também escolher um carro de linha, com percurso entre dois pontos específicos da cidade.
Há poucos anos não era bem visto no Irã trabalhar como motorista, mas com o aumento do desemprego (12,4%) e o alto custo de vida, muitas pessoas com estudos e de classe média se somaram à profissão.
Reza, um decorador de profissão de 35 anos, trabalha para Snapp e Tapsi e acredita que a campanha dos taxistas não terá sucesso.
Enquanto dirigia seu carro, declarou à Efe que este emprego foi bem recebido por muitos jovens com estudos e outras ocupações porque permite "flexibilidade e liberdade de horários".
Embora as tarifas sejam inferiores às dos táxis, Reza afirmou que "compensa economicamente", com uma renda média de 1,5 milhão de riales iranianos (R$ 120) por 10 horas ao volante.
A empresa fica com 13% do que ganham os motoristas, menos do que os taxistas pagam às cooperativas, que também cobram uma taxa para renovação de licenças.
Perante o sucesso destes aplicativos, muito bem avaliados entre os usuários, já que evitam discussões pelo preço ou pelo uso do taxímetro, as próprias cooperativas estão tentando copiá-los.
A ideia é lançar um aplicativo similar e reduzir as tarifas em 10%, segundo comentou um de seus motoristas à Efe, o que pode fortalecer a concorrência.
Teerã, 11 abr (EFE).- Táxis privados e compartilhados, com licença ou ilegais e de cores oficiais ou sem distintivo disputam passageiros sobre o asfalto de Teerã. Uma heterogênea oferta de transporte que está aumentando e cujo precário equilíbrio começa a se desintegrar.
Tudo parecia ser válido nas caóticas e congestionadas ruas da capital iraniana até que recentemente se tornou difícil ter espaço para tantos motoristas espontâneos, alguns inclusive vindos de outras regiões do país.
Devido ao desemprego e aos altos preços de muitos produtos e serviços básicos, cada vez mais cidadãos decidem se colocar ao volante para conseguir se sustentar até o fim do mês, seja como única ocupação ou como um trabalho extra ao sair do escritório.
Os taxistas oficiais e as tradicionais cooperativas decidiram unir forças contra a ameaça e, perante a dificuldade de enfrentar os motoristas por conta própria, protagonizaram nos últimos meses protestos contra as companhias Snapp e Tapsi, similares ao Uber.
A aparição destas empresas há pouco mais de dois anos com uma oferta mais barata "diminuiu em 20% o trabalho dos taxistas", lamentou em declarações à Agência Efe Abbas Ali Ramezani, que trabalha como motorista de táxi há 15 anos.
"Os passageiros não aceitam nossas tarifas, querem usar nosso serviço com o preço da Snapp, e muitos motoristas de cooperativas foram para a Snapp porque os custos são menores", explicou.
O veterano taxista também se queixa da mudança no comportamento dos chamados "mosafer kesh", aqueles motoristas que trabalham em carro particular e que antes davam preferência aos táxis oficiais.
"Agora nos ultrapassam, buzinam e nos tomam os clientes. A maioria vem de outras cidades nas quais não há trabalho e aqui dormem nos parques", acrescentou.
Frente aos reconhecíveis táxis de cor amarela ou verde, que dependem da prefeitura e têm taxímetro - embora nem sempre seja usado -, há veículos com uma placa no teto na qual se lê "táxi" e outros sem nenhum tipo de distintivo.
Além disso, é possível compartilhar um táxi com rotas fixas em determinadas avenidas e também escolher um carro de linha, com percurso entre dois pontos específicos da cidade.
Há poucos anos não era bem visto no Irã trabalhar como motorista, mas com o aumento do desemprego (12,4%) e o alto custo de vida, muitas pessoas com estudos e de classe média se somaram à profissão.
Reza, um decorador de profissão de 35 anos, trabalha para Snapp e Tapsi e acredita que a campanha dos taxistas não terá sucesso.
Enquanto dirigia seu carro, declarou à Efe que este emprego foi bem recebido por muitos jovens com estudos e outras ocupações porque permite "flexibilidade e liberdade de horários".
Embora as tarifas sejam inferiores às dos táxis, Reza afirmou que "compensa economicamente", com uma renda média de 1,5 milhão de riales iranianos (R$ 120) por 10 horas ao volante.
A empresa fica com 13% do que ganham os motoristas, menos do que os taxistas pagam às cooperativas, que também cobram uma taxa para renovação de licenças.
Perante o sucesso destes aplicativos, muito bem avaliados entre os usuários, já que evitam discussões pelo preço ou pelo uso do taxímetro, as próprias cooperativas estão tentando copiá-los.
A ideia é lançar um aplicativo similar e reduzir as tarifas em 10%, segundo comentou um de seus motoristas à Efe, o que pode fortalecer a concorrência.
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