Comércio mundial crescerá 2,4% este ano, mas com muitas incertezas
Genebra, 12 abr (EFE).- O comércio mundial crescerá 2,4% este ano, mas diante da "profunda incerteza" derivada de aspetos econômicos e políticos em nível global, esta estimativa se situa dentro de uma faixa que vai de 1,8% a 3,6%, indicou nesta quarta-feira a Organização Mundial do Comércio (OMC) em seu relatório anual de perspectivas e estatísticas.
A OMC revisou em suas estatísticas e perspectivas comerciais a faixa de 1,8% e 3,1% prevista em seu último cálculo de setembro.
Para o ano seguinte, a entidade dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo prevê um crescimento do comércio mundial de entre 2,1% e 4%.
As previsões da OMC apontam uma recuperação do comércio a partir dos "exíguos resultados" de 2016, quando a troca de mercadorias e serviços cresceu apenas 1,3%, embora a OMC tivesse previsto ainda em setembro um avanço de 1,7%.
A desaceleração nas economias emergentes contribuiu em grande medida para o enfraquecimento do crescimento comercial em 2016.
O comércio só crescerá nos dois próximos anos se a economia se recuperar de acordo com o previsto - com uma aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7% em 2017 e de 2,8% no ano seguinte - e se os governos aplicam uma combinação adequada de políticas, advertiu a OMC.
"Em geral, embora existam razões para um otimismo cauteloso, o crescimento do comércio mundial permanece frágil e existem riscos consideráveis de queda", comentou Azevêdo em coletiva de imprensa.
"Muito desta incerteza é política", acrescentou o diretor-geral da OMC, que citou fatores como eleições, volatilidade nos mercados financeiros e dúvidas sobre futuras políticas comerciais, fiscais e monetárias.
Os indicadores da OMC preveem um crescimento maior do comércio mundial no primeiro semestre de 2017, mas a instituição adverte que as "perturbações relacionadas com a política poderiam facilmente debilitar as recentes tendências positivas".
A organização considera que um aumento imprevisto da inflação poderia obrigar os bancos centrais a endurecer a política monetária mais rapidamente do que desejariam, o que reduziria o crescimento econômico e o comércio no curto prazo.
Também podem influenciar a incerteza causada pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e a possibilidade de um aumento das políticas comerciais restritivas, como as anunciadas pelos Estados Unidos, que poderiam afetar a demanda e o investimento e reduzir o crescimento econômico em médio e longo prazo.
Por isso, existe um "risco considerável" de que em 2017 o crescimento do comércio se situe no extremo inferior da faixa, segundo a OMC.
"O que precisamos é de estabilidade, previsibilidade", destacou o diretor-geral da OMC.
Azevêdo comentou que o comércio pode fortalecer o crescimento mundial se a circulação de bens e serviços for mantida sem travas e os políticos não tentarem "fazer frente às perdas de postos de trabalho em seus respectivos países através da imposição de rigorosas restrições à importação".
Na realidade, segundo Azevêdo, em torno de 80% dos postos de trabalho perdidos no setor manufatureiro "foram causados pela inovação, pela automatização e pelas novas tecnologias".
Ao ser questionado sobre a nova estratégia comercial mais isolacionista e protecionista anunciada pelo presidente americano Donald Trump, baseada primeiramente na defesa dos interesses do país e de seu setor industrial, Azevêdo disse que é preciso "esperar".
Primeiro, o indicado da Casa Branca para liderar o escritório de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, deve ser confirmado pelo Congresso. Depois, será necessário ver se a política comercial anunciada por Trump "se materializará realmente", opinou Azevêdo.
"O diabo está nos detalhes" comentou o responsável da OMC, que também reiterou que "declarações genéricas não nos dizem qual será a política comercial real, nem o impacto que esta terá nas relações comerciais".
O diretor-geral da OMC reafirmou que, em geral, a "incerteza é ruim", também em relação ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Azevêdo argumentou que quanto menos turbulências forem produzidas no processo de divórcio entre o Reino Unido e a UE e na definição da futura relação comercial de Londres com seus sócios internacionais, "melhor para a economia global".
O diretor-geral da OMC prometeu que fará o possível para tornar este processo menos turbulento.
Azevêdo não quis comentar as próximas eleições na França, mas, em termos mais genéricos, disse que é importante "esperar a conclusão dos ciclos eleitorais, sobretudo nas grandes economias, para ter uma visão mais clara do que vai a acontecer".
A OMC revisou em suas estatísticas e perspectivas comerciais a faixa de 1,8% e 3,1% prevista em seu último cálculo de setembro.
Para o ano seguinte, a entidade dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo prevê um crescimento do comércio mundial de entre 2,1% e 4%.
As previsões da OMC apontam uma recuperação do comércio a partir dos "exíguos resultados" de 2016, quando a troca de mercadorias e serviços cresceu apenas 1,3%, embora a OMC tivesse previsto ainda em setembro um avanço de 1,7%.
A desaceleração nas economias emergentes contribuiu em grande medida para o enfraquecimento do crescimento comercial em 2016.
O comércio só crescerá nos dois próximos anos se a economia se recuperar de acordo com o previsto - com uma aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7% em 2017 e de 2,8% no ano seguinte - e se os governos aplicam uma combinação adequada de políticas, advertiu a OMC.
"Em geral, embora existam razões para um otimismo cauteloso, o crescimento do comércio mundial permanece frágil e existem riscos consideráveis de queda", comentou Azevêdo em coletiva de imprensa.
"Muito desta incerteza é política", acrescentou o diretor-geral da OMC, que citou fatores como eleições, volatilidade nos mercados financeiros e dúvidas sobre futuras políticas comerciais, fiscais e monetárias.
Os indicadores da OMC preveem um crescimento maior do comércio mundial no primeiro semestre de 2017, mas a instituição adverte que as "perturbações relacionadas com a política poderiam facilmente debilitar as recentes tendências positivas".
A organização considera que um aumento imprevisto da inflação poderia obrigar os bancos centrais a endurecer a política monetária mais rapidamente do que desejariam, o que reduziria o crescimento econômico e o comércio no curto prazo.
Também podem influenciar a incerteza causada pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e a possibilidade de um aumento das políticas comerciais restritivas, como as anunciadas pelos Estados Unidos, que poderiam afetar a demanda e o investimento e reduzir o crescimento econômico em médio e longo prazo.
Por isso, existe um "risco considerável" de que em 2017 o crescimento do comércio se situe no extremo inferior da faixa, segundo a OMC.
"O que precisamos é de estabilidade, previsibilidade", destacou o diretor-geral da OMC.
Azevêdo comentou que o comércio pode fortalecer o crescimento mundial se a circulação de bens e serviços for mantida sem travas e os políticos não tentarem "fazer frente às perdas de postos de trabalho em seus respectivos países através da imposição de rigorosas restrições à importação".
Na realidade, segundo Azevêdo, em torno de 80% dos postos de trabalho perdidos no setor manufatureiro "foram causados pela inovação, pela automatização e pelas novas tecnologias".
Ao ser questionado sobre a nova estratégia comercial mais isolacionista e protecionista anunciada pelo presidente americano Donald Trump, baseada primeiramente na defesa dos interesses do país e de seu setor industrial, Azevêdo disse que é preciso "esperar".
Primeiro, o indicado da Casa Branca para liderar o escritório de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, deve ser confirmado pelo Congresso. Depois, será necessário ver se a política comercial anunciada por Trump "se materializará realmente", opinou Azevêdo.
"O diabo está nos detalhes" comentou o responsável da OMC, que também reiterou que "declarações genéricas não nos dizem qual será a política comercial real, nem o impacto que esta terá nas relações comerciais".
O diretor-geral da OMC reafirmou que, em geral, a "incerteza é ruim", também em relação ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Azevêdo argumentou que quanto menos turbulências forem produzidas no processo de divórcio entre o Reino Unido e a UE e na definição da futura relação comercial de Londres com seus sócios internacionais, "melhor para a economia global".
O diretor-geral da OMC prometeu que fará o possível para tornar este processo menos turbulento.
Azevêdo não quis comentar as próximas eleições na França, mas, em termos mais genéricos, disse que é importante "esperar a conclusão dos ciclos eleitorais, sobretudo nas grandes economias, para ter uma visão mais clara do que vai a acontecer".
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