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Passageiro diz que United ameaçou algemá-lo em outro caso de overbooking

12/04/2017 16h35

Los Angeles (EUA), 12 abr (EFE).- Geoff Fearns, um passageiro com bilhete na primeira classe para fazer o trajeto Havaí-Califórnia na semana passada, garante que foi ameaçado pela United Airlines de ser algemado se não deixasse do voo por outro overbooking, informou o jornal "Los Angeles Times" nesta quarta-feira.

Conforme contou, funcionários da companhia pediram que ele saísse do seu assento porque "alguém mais importante que chegou de última hora" precisava dele.

"Eles me disseram que tinham uma lista de prioridade e que esta pessoa estava em um lugar mais elevado do que eu", explicou Fearns, que, da mesma forma que David Dao, o passageiro expulso à força no domingo passado de um voo da companhia, já estava acomodado em seu lugar.

"Entendo que é preciso deixar alguns passageiros em solo porque o voo está lotado, mas ninguém me disse nada na porta de entrada. Eu já estava no meu assento, quando me disseram que eu não tinha escolha. Falaram que me algemariam se fosse preciso", relatou.

Depois de um debate, a companhia aérea decidiu colocar Fearns em um assento central da classe econômica. Ao chegar a casa, ele escreveu ao diretor-executivo da United, Oscar Muñoz, pedindo a devolução integral do valor da passagem e solicitando que a empresa doasse US$ 25 mil (cerca de R$ 78.600) a uma organização sem fins lucrativos.

A United respondeu que sua petição não seria atendida, disse que devolveria a diferença entre o preço original do bilhete mais caro e o valor do assento na classe econômica. Também foi oferecido ao cliente um crédito de US$ 500 (cerca de R$ 1.500) para uma próxima compra.

"Apesar da experiência negativa, esperamos continuar contando com seu apoio", foi a resposta de um representante da companhia aérea, segundo sua versão.

Vários vídeos gravados no último domingo por passageiros do voo 3411, que sairia do Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago (Illinois), com destino a Louisville (Kentucky), mostram David Dao, um homem de meia idade e traços asiáticos, gritando enquanto um policial, acompanhado por outros dois agentes, o agarra e o retira de seu assento. Em seguida, ele é arrastado pelo corredor.

A United precisava de quatro lugares para acomodar a tripulação, mas nenhum passageiro aceitou a compensação financeira oferecida num primeiro momento. A companhia ameaçou não decolar até que quatro se levantassem de seus assentos e saíssem da aeronave. Como ninguém se manifestou, a empresa selecionou, mediante sorteio no computador, os passageiros que teriam que sair.

Um casal saiu de má vontade, mas o protagonista dos vídeos respondeu que era médico e precisava atender pacientes no dia seguinte de manhã.

O incidente causou tanta polêmica pelo mundo, que Muñoz pediu desculpas várias vezes e hoje destacou que não voltará a utilizar policiais para tirar passageiros dos aviões caso exista superlotação novamente, ao mesmo tempo em que disse sentir "vergonha" pelo episódio.

No final de março, a companhia viveu outro episódio polêmico quando proibiu duas adolescentes de embarcar por usarem legging. Elas foram autorizadas a entrar no voo depois de trocar de roupa. EFE

mg/cdr