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United anuncia que não usará mais polícia para retirar passageiros de aviões

12/04/2017 15h22

Washington, 12 abr (EFE).- O diretor-executivo da companhia aérea United, Oscar Muñoz, afirmou nesta quarta-feira que não voltará a utilizar policiais para retirar os passageiros dos aviões em caso de 'overbook' e reiterou sua "vergonha" pelo episódio do homem que foi expulso à força no último domingo de um de seus voos.

"Não vamos colocar um policial para retirá-los do avião. Retirar um passageiro que reservou, pagou e se sentou, não podemos fazer isso", assegurou Muñoz em uma entrevista ao programa "Good Morning America" da emissora "ABC".

O executivo indicou que sentiu "vergonha" ao ver as imagens de vídeos que se converteram em um fenômeno nas redes sociais e que mostravam como o policial retirava de maneira violenta David Dao, o homem que se recusou a sair de um avião da United que fazia a rota de Chicago a Louisville (Kentucky).

Muñoz acrescentou que se tratou de um "erro do sistema", já que a companhia "não oferece aos supervisores e gerentes de primeira linha os procedimentos adequados que os permitiriam usar seu senso comum".

"Este erro é meu. Tenho que consertá-lo, e acredito que é algo que podemos fazer", disse o Executivo.

A violência utilizada pela polícia no aeroporto O'Hare, em Chicago, provocou indignação na opinião pública americana, e rapidamente uma petição na internet para pedir a demissão de Muñoz atingiu 50 mil assinaturas, mas, por enquanto, o executivo da United disse que não pensa em deixar o cargo.

O caso também teve repercussão em Wall Street, pois as ações da United caíram quase 1% no pregão de ontem, o que representa uma perda de US$ 225 milhões.

Os passageiros que testemunharam o incidente no avião afirmaram nas redes sociais que a companhia pediu que quatro voluntários deixassem o voo, após um atraso de duas horas, e viajassem em outro no dia seguinte, em troca de US$ 400 e de uma estadia de uma noite em um hotel.

A United precisava dos assentos para transportar integrantes da tripulação, mas nenhum passageiro aceitou. A companhia então aumentou a oferta para US$ 800 e ameaçou não decolar até que quatro pessoas se levantassem de seus assentos e deixassem a aeronave. No entanto, a empresa assegurou em uma mensagem enviada a seus funcionários que a compensação era de US$ 1.000.

Diante dessa situação, a empresa escolheu ao acaso, através de um computador, os passageiros que teriam que sair.

Um casal deixou o avião a contragosto, mas David Dao respondeu que era médico e que precisava ver seus pacientes na segunda-feira pela manhã.

Após se recusar a deixar a aeronave, Dao foi removido à força de seu assento por um policial e arrastado pelo corredor do avião, um fato que gerou, inclusive, reações do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que qualificou ontem de "preocupantes" as imagens do incidente.