Alemanha comemora 200 anos da invenção da bicicleta
Rodrigo Zuleta.
Berlim, 15 abr (EFE).- A Alemanha comemora, com exposições em diversos lugares do país, os 200 anos da invenção da bicicleta pelo barão Karl von Drais, que solucionou diversas crises da época com o novo veículo.
A principal exposição está em Mannheim, no sudoeste da Alemanha, "2 rodas-200 anos. O barão de Drais e a invenção da bicicleta", e começa com um retrato de Drais como um vanguardista em seu tempo que, no entanto, não pôde tirar proveito econômico de sua invenção.
Drais morreu em 1851, pobre e cheio de inimigos por causa de seu apoio a movimentos revolucionários liberais, o que o levou inclusive a renunciar a seu título de nobreza.
"A ideia principal da invenção surgiu da patinação no gelo", disse Drais em uma frase que a exposição resgata e que se diz que é praticamente a única que dá pistas sobre as reflexões de caráter técnico que fez antes de sua invenção.
O artefato produzido por Drais se parecia, em essência, com as bicicletas atuais, embora lhes faltasse um elemento fundamental que são os pedais.
Curiosamente, nas últimas décadas se recuperou o modelo da bicicleta sem pedais para crianças, na qual se aprende a manter o equilibro mais facilmente que com as tradicionais duas rodinhas traseiras.
Em todo caso, a bicicleta de Drais se movimentava na medida em que o ciclista a impulsionava alternativamente com os dois pés, como se estivesse correndo.
A primeira viagem pública foi realizada pelo próprio Drais no dia 12 de junho no trajeto entre Mannheim e uma cidade vizinha.
O percurso, de ida e volta, era de 14 quilômetros e Drais o percorreu em menos de uma hora, em uma velocidade média de cerca de 15 km/h, melhorando os registros das carroças do correio da época.
Um ano depois, Drais faria a primeira viagem em bicicleta de longa duração, entre Mannheim e Paris - cerca de 450 quilômetros -, para apresentar sua invenção na capital francesa.
A invenção chegou em um bom momento porque no começo do século XIX havia um problema com o preço da aveia, devido a más colheitas, que tinha encarecido a alimentação dos cavalos.
A situação se agravou com a erupção do vulcão Tambora, situado no que hoje é a Indonésia, que teve repercussões climáticas globais, com nevascas que afetaram as colheitas no mundo todo.
Por conta do Tambora, 1816 foi chamado inclusive de "o ano sem verão", e houve crises de fome no mundo todo. Quando a catástrofe se atenuou, muita gente havia comido seus cavalos.
Os cavalos eram o principal meio de transporte da época e, embora desde décadas antes se tivesse começado a experimentar veículos a vapor, estes eram caros e pesados demais, e não eram aptos para a vida diária e para o transporte de cargas pequenas.
Nessas circunstâncias, a invenção de Drais se expandiu relativamente rápido. Uma prova disso é que em várias cidades - em Mannheim em 1817, em Paris em 1818 e em Londres, Nova York, Filadélfia e Calcutá em 1819 - se proibiu expressamente transitar de bicicleta pelas calçadas.
No entanto - e apesar de Drais ter patenteado sua invenção em Paris - eram plágios que não reportaram lucro econômico algum ao inventor.
O auge durou uma década até que, depois da normalização das colheitas, aumentou outra vez o número de cavalos. Depois a invenção de Drais caiu durante décadas no esquecimento.
Em 1867 Pierre Michaux apresentou, na exposição universal de Paris, uma bicicleta com pedais que causou euforia e levou ao segundo auge da invenção, que Drais já não pôde ver.
Neste ano, o governo alemão - por ocasião do segundo centenário da invenção da bicicleta - destinará 25 milhões de euros à construção de ciclovias rápidas. No entanto, o Clube Alemão da Bicicleta (ADFC) considera a quantia insuficiente e acredita que seriam necessários 250 milhões de euros.
Berlim, 15 abr (EFE).- A Alemanha comemora, com exposições em diversos lugares do país, os 200 anos da invenção da bicicleta pelo barão Karl von Drais, que solucionou diversas crises da época com o novo veículo.
A principal exposição está em Mannheim, no sudoeste da Alemanha, "2 rodas-200 anos. O barão de Drais e a invenção da bicicleta", e começa com um retrato de Drais como um vanguardista em seu tempo que, no entanto, não pôde tirar proveito econômico de sua invenção.
Drais morreu em 1851, pobre e cheio de inimigos por causa de seu apoio a movimentos revolucionários liberais, o que o levou inclusive a renunciar a seu título de nobreza.
"A ideia principal da invenção surgiu da patinação no gelo", disse Drais em uma frase que a exposição resgata e que se diz que é praticamente a única que dá pistas sobre as reflexões de caráter técnico que fez antes de sua invenção.
O artefato produzido por Drais se parecia, em essência, com as bicicletas atuais, embora lhes faltasse um elemento fundamental que são os pedais.
Curiosamente, nas últimas décadas se recuperou o modelo da bicicleta sem pedais para crianças, na qual se aprende a manter o equilibro mais facilmente que com as tradicionais duas rodinhas traseiras.
Em todo caso, a bicicleta de Drais se movimentava na medida em que o ciclista a impulsionava alternativamente com os dois pés, como se estivesse correndo.
A primeira viagem pública foi realizada pelo próprio Drais no dia 12 de junho no trajeto entre Mannheim e uma cidade vizinha.
O percurso, de ida e volta, era de 14 quilômetros e Drais o percorreu em menos de uma hora, em uma velocidade média de cerca de 15 km/h, melhorando os registros das carroças do correio da época.
Um ano depois, Drais faria a primeira viagem em bicicleta de longa duração, entre Mannheim e Paris - cerca de 450 quilômetros -, para apresentar sua invenção na capital francesa.
A invenção chegou em um bom momento porque no começo do século XIX havia um problema com o preço da aveia, devido a más colheitas, que tinha encarecido a alimentação dos cavalos.
A situação se agravou com a erupção do vulcão Tambora, situado no que hoje é a Indonésia, que teve repercussões climáticas globais, com nevascas que afetaram as colheitas no mundo todo.
Por conta do Tambora, 1816 foi chamado inclusive de "o ano sem verão", e houve crises de fome no mundo todo. Quando a catástrofe se atenuou, muita gente havia comido seus cavalos.
Os cavalos eram o principal meio de transporte da época e, embora desde décadas antes se tivesse começado a experimentar veículos a vapor, estes eram caros e pesados demais, e não eram aptos para a vida diária e para o transporte de cargas pequenas.
Nessas circunstâncias, a invenção de Drais se expandiu relativamente rápido. Uma prova disso é que em várias cidades - em Mannheim em 1817, em Paris em 1818 e em Londres, Nova York, Filadélfia e Calcutá em 1819 - se proibiu expressamente transitar de bicicleta pelas calçadas.
No entanto - e apesar de Drais ter patenteado sua invenção em Paris - eram plágios que não reportaram lucro econômico algum ao inventor.
O auge durou uma década até que, depois da normalização das colheitas, aumentou outra vez o número de cavalos. Depois a invenção de Drais caiu durante décadas no esquecimento.
Em 1867 Pierre Michaux apresentou, na exposição universal de Paris, uma bicicleta com pedais que causou euforia e levou ao segundo auge da invenção, que Drais já não pôde ver.
Neste ano, o governo alemão - por ocasião do segundo centenário da invenção da bicicleta - destinará 25 milhões de euros à construção de ciclovias rápidas. No entanto, o Clube Alemão da Bicicleta (ADFC) considera a quantia insuficiente e acredita que seriam necessários 250 milhões de euros.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.