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Com desempenho fraco do Brasil, ONU piora previsão de crescimento para AL

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Imagem: Shutterstock

16/05/2017 14h43

Nações Unidas, 16 mai (EFE).- O crescimento econômico a nível global está ganhando força, segundo disse nesta terça-feira (16) a ONU (Organização das Nações Unidas), que no entanto revisou para baixo suas projeções para regiões como América Latina e para algumas zonas mais pobres do mundo.

Em uma atualização de suas previsões econômicas, a ONU confirmou que espera que a economia mundial cresça 2,7% neste ano e 2,9% no próximo, sem mudanças a respeito das cifras divulgadas em janeiro.

A organização lembra que esses números significam uma aceleração com relação ao ano passado, quando registrou um crescimento de 2,3%, e correspondem a um aumento da produção industrial e do comércio global, alimentados principalmente pela demanda do leste da Ásia.

A ONU, no entanto, revisou para baixo seus prognósticos para várias zonas do mundo, incluída a América latina, onde prevê um crescimento de 1,1% em 2017, ligeiramente abaixo dos 1,3% projetados em janeiro.

Segundo a organização, essa queda corresponde principalmente ao ocorrido nos últimos meses de 2016 na América do sul, onde países como Brasil, Argentina e Venezuela sofreram uma recessão mais dura do que o previsto.

No Brasil, por exemplo, o crescimento neste ano será apenas de 0,1%, após um retrocesso de 3,6% em 2016, segundo a ONU.

Em conjunto, a economia latino-americana contraiu 1,3% no passado ano e ONU espera uma recuperação "modesta" durante 2017 e melhor em 2018, quando considera que o crescimento chegará aos 2,5%.

"A região continua enfrentando incertezas e riscos significativos, especialmente relacionados com medidas de política macroeconômica nos Estados Unidos e as agendas de reformas internas", aponta o relatório publicado nesta terça.

A ONU também revisou para baixo suas previsões de crescimento para África, especialmente para o centro e o oeste do continente, e de vários dos países menos desenvolvidos do mundo.

Na União Europeia (UE), os especialistas das Nações Unidas vaticinam um crescimento de 1,7% tanto em 2017 como em 2018 frente aos 1,8% que apontavam em janeiro.

Embora destaca que a perspectiva é "robusta", a ONU adverte entre outras coisas que o problema que continua supondo o desemprego em países como Grécia e Espanha.

Para os Estados Unidos, o relatório melhora ligeiramente as expectativas de crescimento, até 2,1% neste ano e no próximo graças a uma aceleração da atividade na segunda metade de 2016 e às perspectivas de uma maior despesa pública.

Ao mesmo tempo, chama a atenção sobre o "turbulento" ambiente político no país, com choques das propostas do Executivo com o legislativo e com a Justiça.

Segundo a organização, em muitas zonas do mundo o crescimento continua abaixo dos níveis necessários para cumprir com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a grande estratégia internacional que entre outras coisas procura erradicar a pobreza extrema para 2030.

Além disso, o relatório adverte do alto nível de incerteza política que impera no mundo após a decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia (UE), a nova postura em matéria de comércio de Estados Unidos e o ressurgimento do protecionismo em geral.