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América Latina e Europa promovem no Uruguai estímulo a relação comercial

22/06/2017 20h45

Montevidéu, 22 jun (EFE).- Com a presença de mais de 700 empresários e investidores de América Latina e Europa, o I Fórum de Investimento Europeu, que terminou nesta quinta-feira em Montevidéu, no Uruguai, promoveu um futuro de novas relações comerciais após dois dias de exposições e trocas de ideias.

O evento, dividido em dois dias e realizado em um hotel de luxo na capital uruguaia, foi descrito como um sucesso tanto pela União Europeia (UE) e a agência de investimentos e comércio exterior Uruguai XXI, ambas responsáveis pela organização.

"Trata-se de um processo longo, porque qualquer decisão de investir requer tempo, mas o que importa é que as pessoas vieram e que o evento foi bem-sucedido", disse o embaixador da UE no Uruguai, Juan Fernández Trigo.

No primeiro dia foram discutidos em diversas conferências e painéis a situação global dos investimentos na América Latina, onde a UE responde por 37% do investimento estrangeiro. Também foi debatido o acordo para um Tratado de Livre Comércio (TLC) entre o Mercosul e a UE, uma negociação para a qual, segundo o embaixador do bloco comunitário, "as duas delegações estão muito convictas de que é preciso dar um impulso até o fim do ano".

Por sua vez, o ministro de Transporte e Obras Públicas uruguaio, Víctor Rossi, disse que a assinatura de um tratado entre os dois blocos seria um fator "multiplicador de todas as áreas de intercâmbio".

"A partir dos acordos, serão facilitadas as várias iniciativas, os diferentes intercâmbios e os diferentes negócios", afirmou Rossi à Agência Efe.

O Fórum de Investimento Europeu ressaltou o Uruguai como uma porta de entrada para a região latino-americana, com prioridade nos debates para os setores de infra-estrutura, energia, serviços globais e agronegócios. Participaram dos painéis representantes de ministérios do país, analistas e empresas europeias com negócios no Uruguai.

Ao longo do simpósio, os representantes do governo uruguaio reiteraram a estabilidade econômica e política do país, algo que o diferencia dos vizinhos e favorece a captação de investimentos.

O vice-ministro de Economia, Pablo Ferreri, afirmou à Efe que a "força e garantia social, jurídica e política" que o país oferece é um diferencial "muito forte" em relação às demais nações latino-americanas.

"O que torna o Uruguai atrativo tem a ver com sua pequena dimensão, o que dá uma proximidade e celeridade nos processos e nos contatos", argumentou.

Já o diretor de Pesquisa Social e Econômica da CAF-banco de Desenvolvimento da América Latina, Christian Daude, defendeu que os maiores desafios que a região enfrenta são "a incerteza geopolítica", "a mudança tecnológica" e o "deslocamento do centro de gravidade para a Ásia".

"Há que levar em conta a incerteza geopolítica alta, que vai levar a oscilações em alguns preços de matérias-primas", apontou.

Como resumo do primeiro dia do evento, Juan Fernández Trigo destacou que "a importância de um fórum como este é conhecer um país e a tomada de decisões necessárias para que esse país possa realizar uma mudança".

O diplomata espanhol afirmou que em um país como o Uruguai, onde "há 3 milhões (de habitantes), essa reformulação é muito mais fácil do que em um país de mais de 100 milhões, como o Brasil".

O segundo e último dia da programação esteve voltado a reuniões "Business to business" e visitas técnicas.