IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Amazônia, Pantanal e Cerrado juntos em uma mesma viagem

12/09/2017 10h07

Carlos A. Moreno.

Cuiabá, 12 set (EFE).- Uma oferta turística até agora pouco explorada no Brasil é a única que permite conhecer na mesma viagem e em poucos dias os três maiores e mais importantes ecossistemas do país: a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal.

A possibilidade de conhecer em uma curta viagem uma diversidade incontável de paisagens, mais de mil aves e animais como jacarés e jaguares, é oferecida pelo estado de Mato Grosso.

"Partindo de Cuiabá é possível conhecer os três biomas em distâncias de até 200 quilômetros. Essa é a vantagem que Mato Grosso oferece a seus visitantes. Pode-se conhecer tudo com um pacote de quatro dias, ou com um maior, de sete ou oito dias", afirmou à Agência Efe Paulo Okamura, presidente regional da Confederação Nacional de Turismo (CNTur) em Mato Grosso.

Apesar do potencial, o turismo tem uma participação mínima no PIB do estado, que é o maior produtor de soja, milho, algodão e carne do Brasil. Como um dos maiores produtores de grãos no mundo, Mato Grosso é um importante exportador mundial de alimentos.

O reduzido fluxo turístico na região, de menos de 500 mil pessoas por ano, é atribuído pelas autoridades locais à escassez de voos diretos para Cuiabá.

Para chegar até a cidade a partir do exterior, é preciso fazer longas escalas em São Paulo e Brasília. No entanto, o problema começará a ser resolvido em breve, quando a companhia aérea Azul iniciar as operações na rota entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Cuiabá, uma viagem de pouco mais de uma hora.

"Santa Cruz de la Sierra é o ponto de partida ideal porque tem conexões com Estados Unidos e Europa. Inclusive, o tempo de espera da conexão pode ser menor que o de São Paulo", disse Okamura.

O governo de Mato Grosso também trabalha para tornar viável o chamado "corredor do ecoturismo", uma conexão que permita que os milhares de turistas que visitam o Peru e passam por Machu Pichu possam estender a viagem até a Amazônia ou o Pantanal.

Até agora, a maior atração turística de Mato Grosso é o Pantanal, mas perto de 80% de seus quase 300 mil visitantes anuais é estrangeira, principalmente da Europa, que paga caro para observar jaguares e aves.

"Na região do Pantanal há uma grande diversidade para o turismo. Além do ecoturismo, temos a observação de aves, a observação de jaguares, podemos conhecer os costumes do homem pantaneiro e da região do Pantanal, mas também há algo mais novo que é a pesquisa sobre o Pantanal", explicou o dirigente estadual da CNTur.

No Pantanal, maior região inundável do mundo e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, os turistas podem avistar até 650 espécies de aves, 260 de peixes e 80 de mamíferos.

O acesso ao Pantanal é possível por uma estrada de 70 quilômetros, repleta de hotéis e fazendas que já possuem as infraestruturas necessárias para receber os turistas.

As maiores atrações de Mato Grosso no Cerrado são a Chapada dos Guimarães, com suas grutas, colinas, mirantes naturais e cachoeiras, especialmente a Véu de Noiva, com 86 metros.

Outro destaque é Nobres, uma cidade rica em cavernas, piscinas naturais e lagos de água cristalina.

"Cuiabá está em uma faixa de transição entre o Cerrado e o Pantanal. Então, a 70 quilômetros temos a Chapada dos Guimarães e Nobres, que são regiões muito belas para a observação, o ecoturismo, o turismo de aventura e até o turismo étnico, que é a visita a aldeias indígenas que agora estão trabalhando na abertura do seu conhecimento", explicou Okamura.

E ao norte do estado, já com acesso aéreo, Mato Grosso conta com gigantes reservas naturais e indígenas que preservam densas selvas na Amazônia. Como principal atração turística está o município de Alta Floresta, que conta com resorts especializados em ecoturismo e observação de aves.

"Com relação à região amazônica, temos grandes reservas no estado, principalmente o parque do Cristalino, onde há 520 espécies de aves da Amazônia, a maior diversidade de pássaros da região", ressaltou o presidente da CNTur em Mato Grosso.