FMI vê formação de grande bolha financeira após anos de apoio monetário
Alfonso Fernández.
Washington, 11 out (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez nesta quarta-feira um apelo contra a "complacência" diante das boas perspectivas econômicas, ao advertir que o prolongado estímulo monetário está aumentando os riscos financeiros, que incluem um excessivo auge no valor dos ativos e significativas altas do endividamento global.
"Apesar de as águas parecerem calmas, estão sendo criadas vulnerabilidades na superfície, que, se não forem observadas, podem dificultar a recuperação global", disse o diretor do Departamento de Assuntos Monetários do FMI, Tobias Adrian, ao apresentar o relatório de estabilidade financeira global.
Adrian alertou aos bancos centrais que "uma normalização monetária muita rápida pode provocar turbulências não desejadas nos mercados e dar marcha à ré ao progresso realizado para as metas de inflação".
A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) iniciou um gradual ajuste monetário, com o aumento das taxas de juros até a categoria atual de 1% e 1,25%, enquanto que o Banco Central Europeu continua imerso em um multimilionário plano de estímulo para apoiar a recuperação. Neste sentido, Adrian destacou como desafio principal evitar a "complacência" perante o "aumento do endividamento de empresas e famílias e as excessivas valorações de ativos".
Ontem, o Wall Street voltou a fechar com altas e outros máximos históricos de dois dos seus principais mercados de referência, o Dow Jones de Industriais e o Índice composto do mercado Nasdaq.
No cenário mais negativo, o FMI calcula que se os preços dos ativos das bolas caírem 15% e os preços das moradias caírem 9%, a produção global reduziria em 1,7% com relação ao cenário-base de 2022.
Segundo o diretor do Departamento de Assuntos Monetários, "existe muito dinheiro na busca de muito poucos ativos rentáveis", o que faz com que os investidores saiam do seu entorno natural e aceitem níveis de risco mais alto.
"Existe uma divergência cada vez maior entre os ciclos econômicos e financeiros", salientou ele, lembrando que isso que aumenta as dificuldades dos bancos centrais de sair dos seus extraordinários planos de estímulo.
Paralelamente, os níveis de endividamento estão crescendo de maneira notável e países como China, Canadá e Correia do Sul estão chegando ao limite. Segundo ele, um possível ajuste monetário, e o conseguinte endurecimento das condições financeiras, representaria um importante risco. Além disso, Estados Unidos e China, especificamente, representam um terço do auge de dívida global de US$ 80 trilhões desde 2006.
O FMI dedica uma parte importante do relatório à complexidade, tamanho e ritmo de expansão do crédito na China.
De acordo com a instituição dirigida por Christine Lagarde, os ativos do setor bancário aumentaram de 240% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2012 para 310% do PIB atualmente.
"As autoridades enfrentam o complexo dilema de endurecer as políticas do setor financeiro ou frear o crescimento econômico", conforme o documento.
O relatório financeiro do FMI foi divulgado durante a assembleia anual do organismo em Washington (Estados Unidos), na qual foram revisadas a alta das previsões de crescimento global para 3,6% este ano e 3,7% no próximo, em um ambiente marcado pelo otimismo. Esse é o ritmo de crescimento mais alto da economia global desde 2010 e depois que em 2016 a expansão mundial foi de 3,2%.
Washington, 11 out (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez nesta quarta-feira um apelo contra a "complacência" diante das boas perspectivas econômicas, ao advertir que o prolongado estímulo monetário está aumentando os riscos financeiros, que incluem um excessivo auge no valor dos ativos e significativas altas do endividamento global.
"Apesar de as águas parecerem calmas, estão sendo criadas vulnerabilidades na superfície, que, se não forem observadas, podem dificultar a recuperação global", disse o diretor do Departamento de Assuntos Monetários do FMI, Tobias Adrian, ao apresentar o relatório de estabilidade financeira global.
Adrian alertou aos bancos centrais que "uma normalização monetária muita rápida pode provocar turbulências não desejadas nos mercados e dar marcha à ré ao progresso realizado para as metas de inflação".
A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) iniciou um gradual ajuste monetário, com o aumento das taxas de juros até a categoria atual de 1% e 1,25%, enquanto que o Banco Central Europeu continua imerso em um multimilionário plano de estímulo para apoiar a recuperação. Neste sentido, Adrian destacou como desafio principal evitar a "complacência" perante o "aumento do endividamento de empresas e famílias e as excessivas valorações de ativos".
Ontem, o Wall Street voltou a fechar com altas e outros máximos históricos de dois dos seus principais mercados de referência, o Dow Jones de Industriais e o Índice composto do mercado Nasdaq.
No cenário mais negativo, o FMI calcula que se os preços dos ativos das bolas caírem 15% e os preços das moradias caírem 9%, a produção global reduziria em 1,7% com relação ao cenário-base de 2022.
Segundo o diretor do Departamento de Assuntos Monetários, "existe muito dinheiro na busca de muito poucos ativos rentáveis", o que faz com que os investidores saiam do seu entorno natural e aceitem níveis de risco mais alto.
"Existe uma divergência cada vez maior entre os ciclos econômicos e financeiros", salientou ele, lembrando que isso que aumenta as dificuldades dos bancos centrais de sair dos seus extraordinários planos de estímulo.
Paralelamente, os níveis de endividamento estão crescendo de maneira notável e países como China, Canadá e Correia do Sul estão chegando ao limite. Segundo ele, um possível ajuste monetário, e o conseguinte endurecimento das condições financeiras, representaria um importante risco. Além disso, Estados Unidos e China, especificamente, representam um terço do auge de dívida global de US$ 80 trilhões desde 2006.
O FMI dedica uma parte importante do relatório à complexidade, tamanho e ritmo de expansão do crédito na China.
De acordo com a instituição dirigida por Christine Lagarde, os ativos do setor bancário aumentaram de 240% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2012 para 310% do PIB atualmente.
"As autoridades enfrentam o complexo dilema de endurecer as políticas do setor financeiro ou frear o crescimento econômico", conforme o documento.
O relatório financeiro do FMI foi divulgado durante a assembleia anual do organismo em Washington (Estados Unidos), na qual foram revisadas a alta das previsões de crescimento global para 3,6% este ano e 3,7% no próximo, em um ambiente marcado pelo otimismo. Esse é o ritmo de crescimento mais alto da economia global desde 2010 e depois que em 2016 a expansão mundial foi de 3,2%.
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