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Irã acusa EUA de dificultar seus contratos com Boeing e Airbus

17/12/2017 07h34

Teerã, 17 dez (EFE).- O vice-ministro de Estradas e Desenvolvimento Urbano do Irã, Asghar Fajrieh Kashan, denunciou que os Estados Unidos tentam dificultar a compra iraniana de aviões dos fabricantes Boeing e Airbus, o que representa uma violação do acordo nuclear assinado em 2015.

Um projeto de lei ratificado recentemente pelo Congresso americano para supervisionar esses contratos de compra tenta convencer as instituições financeiras a não efetuar transações com o Irã e eventualmente confiscar os pagamentos iranianos pelos aviões, segundo Kashan, citado neste domingo pela emissora estatal.

"Se este projeto de lei finalmente for aprovado (pelo Senado), as vendas de aviões de Boeing e Airbus (ao Irã) enfrentariam problemas que são uma clara violação do acordo nuclear por parte dos EUA", ressaltou o vice-ministro.

O jornal "The Wall Street Journal" informou ontem que as opções que o governo de Donald Trump está analisando para romper esses contratos vão desde a proibição da venda de aviões à imposição de duras condições que impediriam a entrega das aeronaves e tornariam mais difícil a aprovação oficial das operações.

Várias companhias aéreas iranianas, entre elas Iran Air, assinaram contratos milionários de compra de centenas de aviões para renovar sua frota, depois de anos de sanções que foram retiradas graças ao pacto nuclear.

Kashan explicou que o acordo, assinado em 2015 entre o Irã e seis grandes potências, estipula que os EUA emitiriam as autorizações necessárias para a venda de aviões ao Irã, assim como de peças de reposição e serviços de pós-venda.

"As vendas de aviões foram abordadas tão claramente no JCPOA (nome formal do acordo), que qualquer movimento dos EUA contra isso seria uma violação do pacto", afirmou.

O vice-ministro iraniano afirmou que seu país apresentará uma queixa à comissão que supervisiona a implementação do JCPOA e que também previu medidas para recuperar seus pagamentos a Boeing e Airbus caso surjam problemas com as entregas.

A americana Boeing anunciou em dezembro do ano passado a venda de 80 aviões por US$ 16,6 bilhões à Iran Air, e em abril confirmou outro princípio de acordo para o fornecimento de 30 aviões à Aseman Airlines.

Por sua vez, o acordo com a Airbus inclui a compra de 100 aviões, três dos quais já foram entregues, por um valor de US$ 10 bilhões.

Embora a Airbus seja um fabricante europeu, as medidas de Washington a afetariam devido às peças americanas usadas em seus aviões.