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Argentinos fazem novo protesto contra reforma da previdência no Congresso

18/12/2017 15h46

Buenos Aires, 18 dez (EFE).- Grupos de manifestantes entraram em confronto nesta segunda-feira com a polícia nos arredores do Congresso Nacional em Buenos Aires, na Argentina, lançando pedras e garrafas, a poucos minutos do início da sessão legislativa na qual o governo pretende aprovar uma reforma do sistema de previdência que conta com grande rejeição política e social.

A situação deixou até o momento dois agentes lesionados: um com um ferimento na mão e o outro no rosto, depois que foi atingido por uma pedra, informaram à Agência Efe fontes do Ministério de Segurança da Cidade de Buenos Aires.

Para o dispositivo policial mobilizado nas proximidades da Câmara de Deputados, uma juíza reiterou hoje que deve ser aplicada a lei que proíbe o uso de armas de fogo para conter as manifestações, e insistiu que as balas de borracha só deverão ser usadas em determinadas condições e a uma distância que "evite possíveis consequências nocivas para os manifestantes".

Além disso, a polícia de Buenos Aires, que responde ao governo local, é quem está à frente do dispositivo de segurança, e não a Gendarmaria - uma força de natureza militar que responde ao Executivo nacional - pela controvérsia gerada depois que, na quinta-feira, quando o projeto seria discutido em outra sessão, ocorreu um enfrentamento entre gendarmes e manifestantes que deixou dezenas de feridos e vários detidos.

O Palácio Legislativo em Buenos Aires amanheceu hoje totalmente cercado com o objetivo de evitar que os manifestantes, convocados por diversas organizações sindicais e sociais, pudessem chegar aos acessos do edifício e provocar incidentes.

"Desejo de todo coração que o que vivemos na quinta-feira passada não volte a acontecer. Que não exista a repressão indiscriminada que houve. Vai haver muito mais gente que na quinta-feira", disse à imprensa durante esta manhã o deputado opositor Agustín Rossi, do grupo kirchnerista Frente para a Vitória, convencido de que esta reforma conta com o "descontentamento absoluto da totalidade dos argentinos".

As mudanças que a reforma apresenta se concentram na modificação da fórmula para calcular os aumentos do montante econômico correspondente às reformas que, segundo o governo, permitirão aos aposentados ganhar mais em 2018, ao contrário da opinião da oposição e dos sindicatos, que consideram que isto constitui uma redução para os setores mais vulneráveis.

É por isso que a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central operária da Argentina, convocou hoje uma greve nacional de 24 horas em rejeição ao projeto.

"Hoje é um momento em que nenhum trabalhador pode deixar nossos avós indefesos. Estamos aqui porque vamos ser avós, velhos, e, se esta lei for aprovada, estamos retrocedendo para um tempo em que as pessoas eram exploradas", assinalou à Efe Carlos Cuevas, da Confederação de Trabalhadores da Educação, na manifestação diante do Congresso.