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Desemprego sobe pelo 3º ano seguido na América Latina, mas pode cair em 2018

18/12/2017 20h12

Lima, 18 dez (EFE).- O desemprego cresceu pelo terceiro ano consecutivo na América Latina e o Caribe, chegando a 26,4 milhões de pessoas em 2017, mas a tendência mudará em 2018, de acordo com o relatório anual publicado nesta segunda-feira, em Lima, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O estudo da OIT alerta que o desemprego foi de 8,4% em 2017, uma alta de 0,5 ponto percentual em relação a 2016, o que representou um aumento de 2 milhões no número de pessoas sem trabalho na região. No entanto, a previsão para o próximo ano é de 8,1%.

A elevação do desemprego foi causada em grande parte pela crise enfrentada pelo Brasil, que concentra 40% da força de trabalho da América Latina. A taxa de desemprego do país subiu para 13,% no terceiro trimestre de 2017, de acordo com a OIT.

O desemprego aumentou em nove dos 19 países da região, segundo dados do terceiro trimestre de 2017 analisados pela OIT, o que representa uma evolução em relação ao mesmo período de 2016, quando o número de pessoas sem trabalho cresceu em 13 países.

"A leve alta no crescimento econômico da região após um período de desaceleração e contração não foi suficiente para modificar a tendência de destruição de empregos de um mercado trabalhista que age com atraso quando há recuperação", explicou o diretor da OIT para a América Latina, José Manuel Salazar-Xirinachs.

A OIT prevê uma reversão da tendência em 2018. Em 2018, segundo a organização, o desemprego da América Latina cairá pela primeira vez em três anos. Um dos motivos que deve puxar a queda é o avanço do crescimento econômico em uma média de 2% na região.

O relatório da OIT indica uma melhoria "leve e frágil" na taxa de ocupação no fim de 2017, o que permite fazer uma previsão de uma evolução positiva para o próximo ano.

"O mercado de trabalho na região parece estar em um momento de mudança de ciclo depois de um período de deterioração generalizado dos indicadores trabalhistas e sociais, mas a melhoria dependerá de que se cumpram as previsões de maior crescimento econômico", afirmou Salazar-Xirinachs.

Sobre a participação da mulher, a OIT destacou o fato de as mulheres representarem mais da metade da força de trabalho na América Latina, com uma participação de 50,2%.

No entanto, alertou que as desigualdades de gênero persistem.

A taxa de desemprego entre os jovens na região ficou em 18,9%, o que corresponde a 10 milhões de pessoas, o que significa que um em cada cinco jovens latino-americanos não consegue trabalho.

A OIT também destacou que os salários reais subiram em sete dos nove países que divulgaram dados no fim do terceiro trimestre. Os casos de maior destaque foram nos salários mínimos, com alta média de 4,3%, acima dos 2,3% registrados no mesmo período de 2016.