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Greenpeace coloca estátua em Davos para lembrar empresas de responsabilidade

18/01/2018 12h35

Genebra, 18 jan (EFE).- O Greenpeace instalou nesta quinta-feira em Davos, na Suíça, onde acontecerá na próxima semana o Fórum Econômico Mundial, uma estátua de seis metros de altura da deusa grega Têmis, imagem universal da justiça, para lembrar as empresas de sua responsabilidade com o meio ambiente e os direitos humanos.

A organização ecologista também divulgou dez princípios fundamentais "para pôr fim aos ataques ao meio ambiente e aos direitos humanos perpetrados pelo setor privado", indicou em um comunicado.

Em um relatório intitulado "Justiça para as pessoas e para o planeta", o Greenpeace exige dos governos a implementação de regras vinculativas e eficazes em nível global para "obrigar as empresas a assumir suas responsabilidades quando cometem abusos de direitos humanos e atentam contra o meio ambiente".

O estudo sustenta que os governos permitem que as grandes empresas atuem "com impunidade".

Uma análise de 20 casos concretos ilustra como os atores do setor privado "utilizaram as lacunas do direito corporativo, do direito internacional, dos acordos fiscais e tratados de investimento, bem como o lobismo, para gerar benefícios às custas das pessoas e do meio ambiente", ressaltou o Greenpeace.

Entre as empresas citadas no relatório aparecem a Cobra, filial industrial do grupo construtor e de serviços ACS, DowDupong, Exxon, Glencore, Grupo Bimbo, Monsanto, Nestlé, Novartis (Sandoz), Rosatom, Total e VW.

No caso da Cobra, por exemplo, o Greenpeace afirma que "a empresa apoiou a construção de uma hidroelétrica na Guatemala, com pleno conhecimento de que impactaria nos direitos humanos de comunidades indígenas".

Entre as empresas citadas no relatório, 20 delas participarão com seus principais executivos no Fórum de Davos ou são parceiras oficiais deste encontro anual, que acontecerá entre os dias 23 e 26 de janeiro na estação alpina suíça.

"A elite econômica se reunirá em Davos para abordar o tema 'Criando um futuro compartilhado em um mundo fraturado', quando na realidade os principais atores do setor privado seguem fazendo tudo para aumentar sua influência e maximizar seus benefícios, acima dos direitos dos cidadãos e do planeta", denunciou em um comunicado Matthias Wüthrich, especialista de responsabilidade social das empresas do Greenpeace Internacional.

"Se queremos proteger eficazmente o meio ambiente, a gestão da justiça deve estar no centro da gestão das empresas", acrescentou. EFE

cai/rsd

(foto)