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Abatedouro belga enviou carne de 12 anos a Kosovo

13/03/2018 09h53

Bruxelas, 13 mar (EFE).- O abatedouro Veviba da cidade belga de Bastogne, protagonista de um escândalo após ser revelado que 50% dos seus produtos eram impróprios para o consumo, enviou a Kosovo carne de 12 anos, informou nesta terça-feira (13) o jornal "Het Laatste Nieuws".

Essas remessas exportadas a Kosovo, inspecionadas em 19 de setembro de 2016, datavam de 2004, como era possível observar nos rótulos ainda visíveis, explica o jornal, que afirma que parte da carne provinha também dos matadouros belgas de Izegem e Harelbeke.

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A mercadoria tinha sido empacotada de novo e as embalagens mostravam a marca Veviba, matadouro do grupo de carne Verbist, que controla 30% da carne vendida na Bélgica, onde a Agência Federal para a Segurança da Cadeia Alimentar (AFSCA) detectou no final de fevereiro deste ano que metade de seus produtos eram "potencialmente perigosos".

A AFSCA verificou nessa inspeção que alguns dos resíduos de carne proibidos para o consumo humano eram transformados em carne moída e que as datas de validade e de congelamento de alguns produtos eram alteradas.

A carne exportada a Kosovo, cujas autoridades informaram à Bélgica que suspeitavam de uma negligência, não seria perigosa para o consumo humano se fosse sempre conservada a -18 ºC, explicou ao jornal o professor de Tecnologia dos Alimentos da Universidade de Gent Bruno De Meulenaer.

Mantida a essa temperatura, a carne apresentaria uma outra coloração e perderia o sabor, mas não representaria "um problema microbiológico imediato", segundo De Meulenaer, que no entanto criticou a conduta da empresa.

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O escândalo da carne, que agora ganha um novo capítulo com o caso da mercadoria exportada a Kosovo, abalou indústria alimentícia da Bélgica e os supermercados Delhaize e Colruyt anunciaram após as primeiras informações sobre a fraude que retiraram todos os produtos do grupo de carne Verbist.

Também ficou em evidência a agência encarregada dos controles de qualidade, que não tomou as medidas cabíveis desde a detecção do problema, em outubro de 2016, até fevereiro de 2018.

O ministro da Agricultura da Bélgica, Denis Ducarme, afirmou ontem que fará uma auditoria na AFSCA e que conta com o apoio do primeiro-ministro, Charles Michel, para reformular essa agência devido aos "déficits" de controle e transmissão de informação, que qualificou de "práticas mafiosas".

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