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Facebook se diz "escandalizado" com vazamento de informações dos usuários

20/03/2018 21h26

(Atualiza com reação do vice-presidente do Facebook Paul Grewal).

Washington, 20 mar (EFE).- O Facebook afirmou estar "escandalizado" com as acusações de que pode ter fornecido informações de milhões de usuários a uma empresa que atuou na campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"A empresa inteira está escandalizada porque fomos enganados. Estamos comprometidos em fortalecer vigorosamente as nossas políticas para proteger a informação das pessoas e daremos os passos necessários para conseguir isso", afirmou a empresa em comunicado.

Posteriormente, o vice-presidente do Facebook, Paul Grewal, afirmou à Agência Efe que o "coração" da empresa é "proteger as informações" dos usuários. Por isso, a rede social requer o mesmo compromisso das pessoas que criam aplicativos para a plataforma.

"Se esses relatórios estão certos, foi um abuso grave das nossas regras. Todas as partes envolvidas, incluindo SCL Group/Cambrigde Analytica, Christopher Wylie e Aleksandr Kogan, nos certificaram que destruíram os dados em questão", afirmou Grewal.

"À luz das novas notícias de que os dados não foram destruídos, estamos suspendendo do Facebook esses três atores, à espera de mais informações. Tomaremos os passos que sejam necessários para garantir que os dados em questão sejam eliminados de uma vez por todas, e tomaremos medidas contra todas as partes infratoras", ressaltou.

A afirmação da empresa dirigida por Mark Zuckerberg vem após a Comissão Federal de Comércio dos EUA ter anunciado nesta terça-feira que abriu uma investigação sobre o Facebook que pode acarretar uma multa milionária à rede social.

De acordo com uma informação publicada no fim de semana passado pela imprensa britânica, a empresa de análise de dados Cambridge Analytica teve acesso em 2014 às bases de dados do Facebook, o que representa uma clara violação das condições de confidencialidade da companhia.

A empresa britânica, que tem como investidor o ex-chefe de campanha de Trump, Steve Bannon, já reconheceu que acessou os dados de aproximadamente 50 milhões de usuários da rede social com o propósito de desenvolver um software destinado a prever as decisões dos eleitores para assim influenciá-las.

Por enquanto, o Facebook rejeitou ter algo a ver com as atividades da Cambridge Analytica, o que eximiria a rede social de ter violado os termos de seu contrato de confidencialidade, mas, ao mesmo tempo, exporia a empresa à humilhação de ter de reconhecer que um agente externo conseguiu acessar as bases de dados.

"Mark, Sheryl (Sandberg) e as suas equipes estão trabalhando intensamente para coletar todos os fatos e assim tomar as ações apropriadas para continuar adiante, já que entendem a gravidade do assunto", diz o comunicado. EFE

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