EUA confirmam que Facebook é investigado por vazamento de dados
Nova York, 26 mar (EFE).- A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, sigla em inglês) confirmou nesta segunda-feira que investiga o Facebook após o vazamento de dados de aproximadamente 50 milhões de usuários à empresa de consultoria política Cambridge Analytica.
"A FTC leva muito a sério os recentes relatos da imprensa que geraram uma preocupação substancial sobre as políticas de privacidade do Facebook. Hoje, a FTC confirma que abriu uma investigação não pública sobre estas práticas", indica um comunicado da comissão.
O signatário, o diretor interino da Comissão, Tom Pahl, destacou que a agência se compromete a usar "todas as suas ferramentas" para proteger a privacidade dos consumidores e que a primeira delas é a "ação coercitiva" contra companhias que não cumprem as suas promessas nesse âmbito ou que infringem as leis.
Pahl explicou que a FTC atua contra empresas que não cumprem o acordo "Escudo de Privacidade" ("Privacy Shield"), que regula as transferências de dados entre a União Europeia e os EUA, e contra as que empreendem "atos injustos" que prejudicam os consumidores ao violarem a Ata da agência.
Rob Sherman, responsável de privacidade do Facebook, disse ao canal "CNBC" que a empresa está "firmemente comprometida a proteger a informação das pessoas" e que aprecia a "oportunidade de responder às perguntas" que as autoridades americanas possam ter.
Há uma semana, após a revelação do vazamento, versões da imprensa apontaram que a FTC estava investigando se o Facebook violou os termos do contrato de consentimento, estabelecido em 2011, ao fornecer dados dos usuários à Cambridge Analytica em 2014.
A companhia britânica, que colaborou com a campanha de Donald Trump para as eleições presidenciais de 2016, usou tal informação para desenvolver um software destinado a prever as decisões dos eleitores e influenciar sobre elas.
Em 2011, o Facebook se comprometeu a solicitar o consentimento dos seus usuários antes de fazer determinadas mudanças nas preferências de privacidade, como parte de um acordo com o Estado, que acusava a empresa de abusar dos consumidores ao compartilhar informações com outras empresas.
Quebrar esse acordo poderia render à rede social uma multa de US$ 40 mil por violação, segundo "CNBC".
O diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu na quarta-feira passada que foi um "abuso de confiança" permitir que um aplicativo, desenvolvido pelo professor da Universidade de Cambridge Aleksandr Kogan, solicitasse dados para a Cambridge Analytica, e lamentou não ter feito "mais a respeito".
Após o anúncio da FTC nesta segunda-feira, as ações do Facebook caíam cerca de 4% em Wall Street. Na semana passada, a empresa perdeu US$ 50 bilhões na cotação.
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