China diz que vai contra-atacar "a qualquer preço" medidas tarifárias dos EUA
Pequim, 6 abr (EFE).- A China advertiu, nesta sexta-feira, que vai "contra-atacar" contundentemente as medidas tarifárias dos Estados Unidos e afirmou estar preparada para pagar o preço de uma guerra comercial que, embora não deseja, não tem medo a ela.
"Se os Estados Unidos persistirem no seu comportamento de unilateralismo e protecionismo comercial, ignorando a oposição da China e da comunidade internacional, a China vai continuar até o final a qualquer preço e contra-atacará contundentemente", garantiu o Ministério do Comércio chinês, através de um comunicado.
As autoridades chinesas responderam desta forma ao presidente americano Donald Trump, que ontem anunciou que estuda impor US$ 100 bilhões em tarifas sobre a China, adicionais aos US$ 50 bilhões já anunciados a centenas de produtos chineses, como resposta às tarifas com as quais Pequim castigou Washington esta semana.
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"Não queremos uma guerra comercial, mas não a tememos", reiterou o Ministério do Comércio chinês, acrescentando que observarão as ações que serão tomadas agora por Washington, mas que, "sem dúvida alguma", tomarão novas medidas "para defender com contundência o interesse do país e do povo".
Após criticar novamente o protecionismo adotado por Trump contra o livre-comércio, a China insistiu que vai a seguir com sua reforma e abertura, a proteção do sistema multilateral de comércio e a facilitação do investimento global.
Como já tinha advertido, Pequim apresentou formalmente, ontem, à Organização Mundial do Comércio (OMC) uma denúncia contra os EUA pelas tarifas impostas aos produtos chineses alegando que estas cargas excedem os juros consolidados por Washington e são incompatíveis com o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GAAT).
A crescente tensão entre as duas potências econômicas fez com que o secretário-geral da ONU, António Guterres, insistisse hoje para a necessidade de diálogo, horas antes de viajar para a China onde participará do Fórum de Boao, um encontro de líderes econômicos e políticos considerados o "Davos Asiático".
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