Cultivar melões, uma forma de sair da pobreza na China rural
Alejandra Olcese.
Laibin (China), 2 jul (EFE).- Cultivar melões no clima úmido e quente da região de Guangxi, no sul da China, permite que famílias de quatro membros tenham uma renda conjunta de 18 mil iuanes por ano, um salário que não dá para luxos, mas que antes não existia entre as pessoas de sua aldeia.
O trabalho é feito por 50 famílias de Helv, nos arredores da cidade de Laibin, que até dois atrás anos eram obrigadas a deixar as crianças pequenas com seus parentes e emigrar de forma ilegal para as grandes cidades na busca de emprego.
Em 2016, no entanto, as possibilidades aumentaram quando o Governo decidiu incluir essa aldeia no programa de redução da pobreza e subsidiar empresas agrícolas para que empregassem aldeões sem recursos.
Este foi o caso da senhora Liao, de idade avançada e pertencente à etnia zhuang, que enquanto ara a terra, reconhece que "antes tinha que sair da aldeia para poder sobreviver trabalhando do que fosse", mas que agora trabalha "um total de oito horas por dia", na porta de sua casa e de forma tranquila.
Com o trabalho, Liao contribui para que a companhia, que conta com uma extensão de terreno de 15,6 hectares, gere uma produção anual de 500 toneladas de melões, dos quais a metade é exportada para o Vietnã e a outra metade vendida nas províncias próximas.
O mesmo objetivo de reduzir a pobreza da região é compartilhado por outra companhia agrícola situada a alguns quilômetros da anterior e dedicada à produção de uma variedade de tangerinas, mas que ao contrário da primeira, conta com infraestrutura e um modelo de negócio mais desenvolvido.
Sistemas automatizados de colheita, GPS para otimizar o espaço disponível, drones do gigante chinês Alibaba para fazer mapas da área de cultivo e equipamentos inteligentes para medir as condições do meio ambiente são algumas das tecnologias utilizadas na cadeia de produção.
Esta automatização só deixa espaço e recursos para contar com cem camponeses de forma permanente e fazer contratações temporárias na época da colheita em função da produção, explicou seu subdiretor, Shi Jianfeng.
Parte dos frutos é vendida na China, enquanto a outra é destinada à produção de suco, conservas e vinho aromatizado. Desta última seleção de produtos, 90% é exportado a parceiros estrangeiros como Pepsi, Danone, Frigo, Tropicana, Granini e Coca-Cola.
Shi destacou que o bom rendimento do negócio lhes permitirá recuperar no próximo ano seu investimento inicial de 40 milhões de iuanes, quantidade desembolsada em 2016 quando começou o projeto no campo de Guangxi, rodeado pela orografia cárstica caraterística da região.
Este relevo, responsável pela afluência de turistas sobretudo às populares cidades de Guilin e Yangshuo, é um fator-chave que contribui para a pobreza das zonas rurais mais remotas desta região autônoma, na qual os recursos naturais são escassos e é difícil construir infraestruturas.
Este fato, unido a condições meteorológicas adversas nas quais predominam as chuvas de monção, contribui para que mais de 3 milhões de pessoas residentes no campo vivam em condições de pobreza (7% do total da população destas áreas), segundo dados do Banco Mundial.
Para combater a desigualdade, esta instituição concedeu um empréstimo de US$ 400 milhões à região, que serão destinados a setores como agricultura, educação, infraestruturas rurais, gestão das finanças públicas e monitoramento dos sistemas de pobreza, segundo informou a entidade ao anunciar o crédito.
Tal quantia vai representar 7% do financiamento total que Guangxi receberá daqui até 2021, sendo os 93% restantes oriundos de fundos do Governo que serão investidos ao longo de três anos até atingir o montante total de US$ 5,530 bilhões, que beneficiarão 1,74 milhão de pessoas de zonas rurais sem recursos.
O programa será implementado em 28 povoados de Guangxi e buscará a melhoria dos investimentos da população, a otimização das infraestruturas rurais - fornecimento de água potável e vias públicas -, e a melhoria da dotação de recursos e orçamentos por parte das instituições.
Laibin (China), 2 jul (EFE).- Cultivar melões no clima úmido e quente da região de Guangxi, no sul da China, permite que famílias de quatro membros tenham uma renda conjunta de 18 mil iuanes por ano, um salário que não dá para luxos, mas que antes não existia entre as pessoas de sua aldeia.
O trabalho é feito por 50 famílias de Helv, nos arredores da cidade de Laibin, que até dois atrás anos eram obrigadas a deixar as crianças pequenas com seus parentes e emigrar de forma ilegal para as grandes cidades na busca de emprego.
Em 2016, no entanto, as possibilidades aumentaram quando o Governo decidiu incluir essa aldeia no programa de redução da pobreza e subsidiar empresas agrícolas para que empregassem aldeões sem recursos.
Este foi o caso da senhora Liao, de idade avançada e pertencente à etnia zhuang, que enquanto ara a terra, reconhece que "antes tinha que sair da aldeia para poder sobreviver trabalhando do que fosse", mas que agora trabalha "um total de oito horas por dia", na porta de sua casa e de forma tranquila.
Com o trabalho, Liao contribui para que a companhia, que conta com uma extensão de terreno de 15,6 hectares, gere uma produção anual de 500 toneladas de melões, dos quais a metade é exportada para o Vietnã e a outra metade vendida nas províncias próximas.
O mesmo objetivo de reduzir a pobreza da região é compartilhado por outra companhia agrícola situada a alguns quilômetros da anterior e dedicada à produção de uma variedade de tangerinas, mas que ao contrário da primeira, conta com infraestrutura e um modelo de negócio mais desenvolvido.
Sistemas automatizados de colheita, GPS para otimizar o espaço disponível, drones do gigante chinês Alibaba para fazer mapas da área de cultivo e equipamentos inteligentes para medir as condições do meio ambiente são algumas das tecnologias utilizadas na cadeia de produção.
Esta automatização só deixa espaço e recursos para contar com cem camponeses de forma permanente e fazer contratações temporárias na época da colheita em função da produção, explicou seu subdiretor, Shi Jianfeng.
Parte dos frutos é vendida na China, enquanto a outra é destinada à produção de suco, conservas e vinho aromatizado. Desta última seleção de produtos, 90% é exportado a parceiros estrangeiros como Pepsi, Danone, Frigo, Tropicana, Granini e Coca-Cola.
Shi destacou que o bom rendimento do negócio lhes permitirá recuperar no próximo ano seu investimento inicial de 40 milhões de iuanes, quantidade desembolsada em 2016 quando começou o projeto no campo de Guangxi, rodeado pela orografia cárstica caraterística da região.
Este relevo, responsável pela afluência de turistas sobretudo às populares cidades de Guilin e Yangshuo, é um fator-chave que contribui para a pobreza das zonas rurais mais remotas desta região autônoma, na qual os recursos naturais são escassos e é difícil construir infraestruturas.
Este fato, unido a condições meteorológicas adversas nas quais predominam as chuvas de monção, contribui para que mais de 3 milhões de pessoas residentes no campo vivam em condições de pobreza (7% do total da população destas áreas), segundo dados do Banco Mundial.
Para combater a desigualdade, esta instituição concedeu um empréstimo de US$ 400 milhões à região, que serão destinados a setores como agricultura, educação, infraestruturas rurais, gestão das finanças públicas e monitoramento dos sistemas de pobreza, segundo informou a entidade ao anunciar o crédito.
Tal quantia vai representar 7% do financiamento total que Guangxi receberá daqui até 2021, sendo os 93% restantes oriundos de fundos do Governo que serão investidos ao longo de três anos até atingir o montante total de US$ 5,530 bilhões, que beneficiarão 1,74 milhão de pessoas de zonas rurais sem recursos.
O programa será implementado em 28 povoados de Guangxi e buscará a melhoria dos investimentos da população, a otimização das infraestruturas rurais - fornecimento de água potável e vias públicas -, e a melhoria da dotação de recursos e orçamentos por parte das instituições.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.