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Resposta global a tarifas americanas aos automóveis poderia chegar a R$ 1 tri

02/07/2018 10h16

Bruxelas, 2 jul (EFE).- A Comissão Europeia (CE) advertiu aos Estados Unidos nesta segunda-feira que se eles impuserem tarifas de 25% aos automóveis e peças de veículos as represálias dos parceiros comerciais poderiam afetar produtos americanos no valor de US$ 252 bilhões de euros (R$ 1,09 trilhões), 19% das exportações do país em 2017.

Em documento enviado pelo Executivo comunitário ao Departamento de Comércio americano na sexta-feira passada e divulgado hoje, o bloco afirma que um aumento das tarifas, que presidente americano, Donald Trump, já ameaçou fazer, seria "prejudicial principalmente para a economia dos Estados Unidos". Após ressaltar que as exportações europeias neste setor "não ameaçam ou perturbam a saúde da indústria e da economia dos Estados Unidos", o documento alerta que estas medidas restritivas poderiam "minar" as tendências positivas da economia doméstica dos Estados Unidos, já que representam mais custos para os fabricantes locais e para os cidadãos do país.

O impacto dos 252 bilhões de euros, calculados "com base na experiência das medidas de represália adotadas" pela taxação ao aço e ao alumínio, "amplificaria" o efeito negativo ao PIB dos Estados Unidos. A Comissão quantifica esse movimento em, inicialmente, 11 ou 12 bilhões de euros (R$ 47 ou 52 bilhões). Destes 252 bilhões, que representam os carros e peças importados pelos Estados Unidos, as exportações europeias são 50 bilhões (R$ 217 bilhões).

"A investigação atual não tem legitimidade, não se baseia em fatos e viola as leis comerciais internacionais assim como a pesquisa similar que levou à imposição de tarifas ao aço e ao alumínio anteriormente neste ano", indicou, em entrevista coletiva, o porta-voz chefe da Comissão, Margaritis Schinas.

A União Europeia insiste em que nenhuma exceção das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) pode justificar medidas de um país desenvolvido para proteger uma indústria doméstica da concorrência estrangeira. Contra a posição americana, que invoca a ameaça a sua segurança "conforme sua opinião" e rejeita que a OMC avalie a legalidade, a UE adverte que esta justificativa "não tem base e não prevalecerá em diante da OMC".

As relações entre Estados Unidos e União Europeia estão em um momento de tensão desde a chegada de Donald Trump e as suas teses protecionistas à Casa Branca em novembro de 2016. O presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, e a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, devem viajar para Washington ainda este mês para conversar com Trump o conflito comercial.

O bloco também pretende participar de uma audiência sobre este assunto que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos organiza para os dias 19 e 20.