Trump negocia com fabricantes de motos para que transfiram produção aos EUA

Washington, 3 jul (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que seu governo está negociando com empresas internacionais de fabricação de motocicletas para que transfiram parte de sua produção para território americano.

"Agora que a Harley-Davidson está transferindo parte de sua operação para fora dos EUA, o meu governo está trabalhando com outras companhias de motocicletas que querem se mudar para os Estados Unidos", tuítou Trump, que foi muito crítico com a famosa fabricante de motos sediada em Milwaukee (Wisconsin).

A Harley-Davidson anunciou na semana passada que planeja transferir parte da sua produção para fora dos EUA por causa das tarifas impostas recentemente pela União Europeia (UE), uma medida que Bruxelas tomou para resistir aos encargos aplicados por Washington.

Depois desse anúncio, Trump criticou duramente a Harley-Davidson e ameaçou com a imposição "de um grande imposto" sobre as vendas da companhia nos Estados Unidos.

Em seu tweet de hoje, Trump disse que os clientes da Harley-Davidson "não estão contentes com sua mudança" e assinalou que as vendas da companhia "caíram 7% em 2017", ou seja, citou um dado anterior ao anúncio de que a companhia deslocará parte da sua produção.

A fabricante de motos afirmou na segunda-feira da semana passada que aumentará a produção internacional para aliviar a carga tarifária da UE e que tal movimento "não é a preferência da companhia, mas representa sua única opção sustentável".

A direção da companhia detalhou que as motocicletas que ela exporta dos EUA para a UE, teriam a partir de agora um custo médio superior de US$ 2.220, motivo pelo qual decidiu que seria mais efetivo fabricá-las fora do país.

Segundo dados da Harley-Davidson, 40 mil pessoas da UE compraram suas motocicletas em 2017, convertendo a Europa na segunda fonte de receitas da empresa depois dos EUA.

As tarifas impostas pela UE sobre vários produtos fabricados nos EUA, como as motocicletas e o uísque, entraram em vigor em 22 de junho e aumentaram o imposto sobre as Harley-Davidson exportadas "de 6% até 31%", destacou a empresa.

A UE tornou efetiva essa sanção depois que o governo Trump decidiu no início de junho pôr fim à isenção às tarifas de 25% ao aço e de 10% ao alumínio que concedeu em um primeiro momento à UE, ao México e ao Canadá, seus maiores parceiros comerciais.