Juan Manuel Santos se prepara para deixar governo e destaca legado social
Ovídio Castro Medina.
Bogotá, 3 ago (EFE).- Durante o governo do presidente Juan Manuel Santos, 5,4 milhões de colombianos saíram da pobreza, e 3,5 milhões de empregos foram gerados, um progresso na diminuição da lacuna social de um dos países mais desiguais da América Latina.
"O país avançou na qualidade de vida dos colombianos, reduziu a desigualdade e oferece mais oportunidades", diz o governo no relatório "Colômbia avança 2010-2018", no qual Santos faz um balanço da sua gestão.
Segundo dados do Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas, desde 2010, aproximadamente, 4,7 milhões de colombianos saíram da pobreza financeira, 5,4 milhões superaram a pobreza multidimensional (que inclui carências nos âmbitos da saúde, da educação e no nível de vida) e 2,8 milhões deixaram a pobreza extrema.
Sobre estes avanços, o analista político Rubén Sánchez, professor da Universidade do Rosário, em Bogotá, disse à Agência Efe que de fato existem progressos, mas não de qualidade e na quantidade que o governo diz. Segundo ele, das 3,5 milhões de vagas criadas, algumas são "de má qualidade" e "temporárias ou mal pagas".
Um dos objetivos de Santos foi fazer da Colômbia o país com a melhor taxa de educação da América Latina até 2025 e com esse propósito aumentou o orçamento do setor, que nos últimos anos superou a da Defesa como prioridade. Desta forma, o investimento em educação aumentou em mais de 80% no governo de Juan Manuel Santos, passando de 21 trilhões de pesos (US$ 7,28 bilhões) para 37,5 trilhões de pesos (US$ 13,01 bilhões) em oito anos. Também foram construídas mais de 23 mil salas de aula - quase 7 mil outras estão engatilhadas - e a educação gratuita foi consolidada até o 11º ano nas escolas públicas, muitas das quais receberam computadores pela primeira vez.
Esses avanços ocorreram, mas Sánchez ressaltou a discutível qualidade tanto da educação quanto da saúde. Nesse campo, a cobertura foi ampliada, mas isso não significa que seja dado acesso real aos serviços. Conforme dados oficiais, 96% da população está coberta pelo sistema de saúde público e o sistema foi unificado, porém, todos os anos, dezenas de milhares de pacientes têm que recorrer à Justiça para ter atendimento nos hospitais, já que muitas Empresas Prestadoras de Saúde (EPS) quebraram ou estão em grave crise financeira pela corrupção que reina na área.
O governo ressalta também que conseguiu regular os preços de mais de mil medicamentos, que reduziu o número de casos de gravidez na adolescência ao mais baixo dos últimos 20 anos e que a mortalidade infantil caiu em 22%. Ao mesmo tempo, foi desenvolvido um dos programas de vacinação mais completos da América Latina, com 21 vacinas gratuitas para 26 doenças, com as quais a Colômbia é um país livre rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) de acordo com Organização Pan-americana da Saúde (OPS), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outro campo no qual Santos deixa a sua marca é no da habitação. De acordo com números oficiais, 273.500 moradias sociais foram entregues.
O governo, no entanto, reconhece que "falta muito a ser feito, especialmente em matéria de qualidade e oportunidade do serviço".
O economista Ricardo Bonilla, professor da Universidade Nacional, lembrou que a Colômbia tem uma das mais altas taxas de desemprego da América Latina (9%), que geralmente é acompanhada de um alto nível de informalidade.
"Não temos um bom tratamento do capital humano", afirmou o especialista, destacando que as empresas não contratam, mas recorrem à vinculação por serviços.
Para ele, a Colômbia veio transformando se o país for analisado nos últimos 50 anos. No entanto, muitos problemas ainda não foram superados.
"Em resumo, ainda temos um país desigual", declarou.
Bogotá, 3 ago (EFE).- Durante o governo do presidente Juan Manuel Santos, 5,4 milhões de colombianos saíram da pobreza, e 3,5 milhões de empregos foram gerados, um progresso na diminuição da lacuna social de um dos países mais desiguais da América Latina.
"O país avançou na qualidade de vida dos colombianos, reduziu a desigualdade e oferece mais oportunidades", diz o governo no relatório "Colômbia avança 2010-2018", no qual Santos faz um balanço da sua gestão.
Segundo dados do Departamento Administrativo Nacional de Estatísticas, desde 2010, aproximadamente, 4,7 milhões de colombianos saíram da pobreza financeira, 5,4 milhões superaram a pobreza multidimensional (que inclui carências nos âmbitos da saúde, da educação e no nível de vida) e 2,8 milhões deixaram a pobreza extrema.
Sobre estes avanços, o analista político Rubén Sánchez, professor da Universidade do Rosário, em Bogotá, disse à Agência Efe que de fato existem progressos, mas não de qualidade e na quantidade que o governo diz. Segundo ele, das 3,5 milhões de vagas criadas, algumas são "de má qualidade" e "temporárias ou mal pagas".
Um dos objetivos de Santos foi fazer da Colômbia o país com a melhor taxa de educação da América Latina até 2025 e com esse propósito aumentou o orçamento do setor, que nos últimos anos superou a da Defesa como prioridade. Desta forma, o investimento em educação aumentou em mais de 80% no governo de Juan Manuel Santos, passando de 21 trilhões de pesos (US$ 7,28 bilhões) para 37,5 trilhões de pesos (US$ 13,01 bilhões) em oito anos. Também foram construídas mais de 23 mil salas de aula - quase 7 mil outras estão engatilhadas - e a educação gratuita foi consolidada até o 11º ano nas escolas públicas, muitas das quais receberam computadores pela primeira vez.
Esses avanços ocorreram, mas Sánchez ressaltou a discutível qualidade tanto da educação quanto da saúde. Nesse campo, a cobertura foi ampliada, mas isso não significa que seja dado acesso real aos serviços. Conforme dados oficiais, 96% da população está coberta pelo sistema de saúde público e o sistema foi unificado, porém, todos os anos, dezenas de milhares de pacientes têm que recorrer à Justiça para ter atendimento nos hospitais, já que muitas Empresas Prestadoras de Saúde (EPS) quebraram ou estão em grave crise financeira pela corrupção que reina na área.
O governo ressalta também que conseguiu regular os preços de mais de mil medicamentos, que reduziu o número de casos de gravidez na adolescência ao mais baixo dos últimos 20 anos e que a mortalidade infantil caiu em 22%. Ao mesmo tempo, foi desenvolvido um dos programas de vacinação mais completos da América Latina, com 21 vacinas gratuitas para 26 doenças, com as quais a Colômbia é um país livre rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) de acordo com Organização Pan-americana da Saúde (OPS), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outro campo no qual Santos deixa a sua marca é no da habitação. De acordo com números oficiais, 273.500 moradias sociais foram entregues.
O governo, no entanto, reconhece que "falta muito a ser feito, especialmente em matéria de qualidade e oportunidade do serviço".
O economista Ricardo Bonilla, professor da Universidade Nacional, lembrou que a Colômbia tem uma das mais altas taxas de desemprego da América Latina (9%), que geralmente é acompanhada de um alto nível de informalidade.
"Não temos um bom tratamento do capital humano", afirmou o especialista, destacando que as empresas não contratam, mas recorrem à vinculação por serviços.
Para ele, a Colômbia veio transformando se o país for analisado nos últimos 50 anos. No entanto, muitos problemas ainda não foram superados.
"Em resumo, ainda temos um país desigual", declarou.
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