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Invadida por patinetes, Los Angeles cogita proibir nova febre no transporte

10/08/2018 10h00

Antonio Martín Guirado.

Los Angeles (EUA), 11 ago (EFE).- Eles apareceram do nada, e agora, dois meses após virarem uma febre em Los Angeles, os patinetes motorizados podem estar perto até mesmo de desaparecerem das ruas da cidade, que estuda uma forma de regular sua circulação.

A segunda maior metrópole dos Estados Unidos está avaliando há semanas uma série de leis para controlar esses veículos, que tomaram as ruas desde o início de julho. Algumas das propostas, como a do vereador Paul Koretz, visam baní-los até que o governo local aprove alguma forma de regulação.

Koretz alega que muitos usuários os estão utilizando de forma inadequada. Seu projeto, afirmou o vereador, visa proteger turistas e pedestres. Mas não há consenso.

Caso seja aprovada pela prefeitura, a medida obrigaria empresas que alugam os veículos - Bird e Lime - a retirá-los das ruas e calçadas até as permissões correspondentes sejam expedidas.

"A Bird oferece uma opção de transporte respeitosa com o meio ambiente e que beneficia os cidadãos de Los Angeles. Estamos trabalhando com o Departamento de Transportes para desenvolver um marco de regulação apropriado. Enquanto isso, agradecemos pelo apoio público e a recepção dos scooters por parte da população", disse um porta-voz da empresa à Agência Efe.

Membro do Comitê de Transporte de Los Angeles, Koretz tinha expressado apoio aos patinetes inicialmente, mas mudou de ideia quando viu os veículos andando pelas ruas de seu bairro.

"Vi centenas delas em Beverly Boulevard, onde vivo, e não vi ainda uma única pessoa usando capacete. Nem circulando pela rua, em vez da calçada", disse o vereador.

A proposta de Koretz encontrou rapidamente a oposição de Mike Bonin, que lidera o Comitê de Transporte de Los Angeles. Ele acredita que a cidade precisa de uma regulação inteligente, e não uma completa proibição, como propõe o companheiro de Legislativo.

"Os patinetes são um meio de transporte acessível e uma alternativa adequada aos automóveis em trajetos curtos. Se quisermos ser sérios na hora de combater a mudança climática, de reduzir as emissões (de gases poluentes) e o trânsito, devemos pensar em melhorar a mobilidade", afirmou Bonin.

Outras cidades próximas, no entanto, já adotaram proibições temporárias. Beverly Hills e West Hollywood, por exemplo, decidiram no fim de julho banir as scooters das ruas por seis meses.

"Ninguém dessas companhias veio apresentar seu modelo de negócio nem se sentar para conversar conosco. Simplesmente começaram a espalhar esses patinetes pelas calçadas", disse o prefeito de West Hollywood, John Duran.

A polêmica é similar à ocorrida quando Uber e Lyft apareceram no mercado de transporte de passageiros sem dar muita satisfação aos governos locais. No caso dos patinetes, Bird e Lime lançaram seus programas-piloto em Santa Monica e depois ampliaram o serviço.

Em Santa Monica, a Bird já teve que pagar US$ 300 mil em multas por operar sem as licenças necessárias na cidade.

Em julho, Uber e Alphabet, a matriz do Google, anunciaram que se uniram a um grupo de investidores para injetar US$ 335 milhões na startup Lime, avaliada em mais de US$ 1 bilhão. O valor de mercado da Bird, por sua vez, já passa dos US$ 2 bilhões.

Ambas oferecem um serviço similar. O usuário paga entre US$ 0,15 e US$ 1 por minuto de aluguel dos patinetes. Tudo é feito via aplicativo de celular.

Os veículos, disponíveis também em cidades como San Diego, Washington, Dallas e Austin, chegam a 25km/h e podem ser estacionados em qualquer lugar. À noite, funcionários das companhias se encarregam de buscá-los, organizá-los e recarregar baterias.

A confiança das duas empresas no serviço é tão grande que elas já buscaram o mercado internacional e já começam a ter presença em cidades como Berlim, Zurique e Paris.