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Argentina eleva juros a 45% em resposta a "conjuntura externa"

13/08/2018 15h58

Buenos Aires, 13 ago (EFE).- O Banco Central da Argentina (BCRA) anunciou nesta segunda-feira uma nova alta na taxa básica de juros do país, de 40% para 45%, após o peso, assim como outras moedas de países emergentes, ter caído abruptamente nos últimos dias.

Segundo a instituição, a medida foi tomada por unanimidade entre os membros de seu comitê de política monetária "em resposta à conjuntura externa atual" e para atenuar "o risco de que ela provoque um novo impacto sobre a inflação".

Além disso, o banco central se comprometeu "a não diminuir o novo nível da taxa de política monetária pelo menos até outubro", acrescenta o texto.

O peso argentino caía hoje 2,69% em relação ao dólar, confirmando a forte tendência de baixa após várias semanas de relativa estabilidade.

Desde o final de abril, quando começou a ocorrer a abrupta volatilidade cambial que levou o governo de Mauricio Macri a pedir um milionário crédito ao Fundo Monetário Internacional (FMI), a moeda argentina se desvalorizou mais de 48%.

A política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que na semana passada protagonizou mais uma polêmica com o anúncio de sobretaxas ao aço e ao alumínio exportados pela Turquia e a consequente desvalorização da moeda desse país, a lira, gerou uma onda de desconfiança nos mercados emergentes.

Em abril, um aumento nos juros de referência dos EUA fez muitos investidores começarem a transferir para lá seus capitais em detrimento dos emergentes, causando consequências em países como Brasil e Argentina.

Para tentar conter a tendência de queda no peso, o banco central argentino fez desde então três aumentos dos juros de maneira abrupta, em apenas dez dias, até o patamar de 40%, e interveio quase diariamente vendendo milhões de dólares. Já o governo Macri reduziu sensivelmente as metas de déficit e anunciou um acordo com o FMI para obter um apoio financeiro de US$ 50 bilhões.