Agência de classificação de risco alerta que pode cortar nota da Argentina

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) colocou, na sexta-feira, a nota da Argentina em "revisão negativa especial" pelo "risco" na implementação das medidas de austeridade "difíceis" projetadas pelo governo do país, devido à forte queda do peso.

Em comunicado, a agência lembrou o compromisso do governo do presidente Mauricio Macri "de estabilizar a economia através de medidas de austeridade difíceis", embora considerasse que a "recente pressão sobre a moeda argentina poderia ameaçar a implementação efetiva de medidas de ajuste, na ausência de medidas adicionais para aumentar a confiança dos investidores".

Em agosto, o peso argentino despencou 34%.

A esse respeito, a S&P afirmou que os "eventos que enfraquecem a credibilidade das políticas poderiam ter um impacto sobre a inflação, o que aumentaria o risco da fuga de capital e colocaria mais pressão sobre a taxa de câmbio", uma combinação que, se persistir, "poderia minar a estratégia de ajuste fiscal do governo e aumentar sua dívida".

No texto, a agência informou que o status de "revisão especial", que se aplica sobre a classificação de "B+", dentro da categoria considerada "junk bonds", será resolvido dentro de um período de três meses.

Para manter a nota da Argentina, a agência exigiu que o governo "consiga reforçar a credibilidade nas políticas, contendo pressões sobre a moeda e permitindo que as autoridades preparem o cenário para uma recuperação econômica no ano que vem".