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Embargo provoca queda de 43% na viagens de americanos a Cuba no 1° trimestre

07/09/2018 13h43

Havana, 7 set (EFE).- O embargo dos Estados Unidos a Cuba provocou uma queda de 43% na chegada de viajantes americanos no primeiro trimestre de 2018, com 51.677 menos visitantes desse país em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo fontes oficiais.

De janeiro a março, 240 grupos de americanos cancelaram suas reservas para viajar para ilha, que também viu afetadas em 99% das vendas online do grupo hoteleiro estatal Gaivota, de titularidade militar, afirma o relatório anual do Governo cubano sobre os efeitos negativos do bloqueio.

A Chancelaria cubana enumera em US$ 933,6 bilhões os danos acumulados causados pelo embargo que os EUA mantém sobre a ilha desde 1960, segundo um cálculo baseado na desvalorização atual do dólar frente ao valor do ouro.

Cuba ultrapassou em agosto os 3 milhões de visitantes estrangeiros neste ano, apesar de uma queda de 6,5% registrada no primeiro semestre, atribuída principalmente à redução de viagens de americanos pelas medidas restritivas do Governo de Donald Trump.

O restabelecimento da proibição às viagens individuais na categoria "povo a povo" - permitidos pela anterior Administração de Barack Obama - e os incidentes de saúde sofridos por diplomatas dos EUA na ilha foram fundamentais na queda das viagens.

Além disso, entre as medidas de Washington para endurecer o embargo, figura a proibição a cidadãos e empresas americanas de realizar transações ou negócios com entidades vinculadas ao estamento militar cubano, entre as quais figuram dezenas de hotéis e outras companhias de serviços turísticos.

De acordo com um relatório elaborado por The Havana Consulting Group (THCG), com sede em Miami, o número de viajantes americanos à ilha caiu no primeiro semestre de 2018 23,6% com relação ao mesmo período de 2017.

Segundo dados da empresa de consultoria, de 1 janeiro a 30 de junho visitaram Cuba 82.269 turistas americanos, menos do que no mesmo período de 2017 (348.713).

Em 24 de agosto, o Ministério de Relações Exteriores cubano informou que de abril de 2017 a março deste ano, a "política hostil" americana fez com que Cuba perdesse US$ 4,3 bilhões, quase o dobro do capital estrangeiro que Cuba necessita para melhorar sua economia, segundo estimativas oficiais.

A preços correntes, o "bloqueio" provocou danos por mais de US$ 134,4 bilhões, revelou o relatório da Chancelaria.

Em 31 de outubro, Cuba apresentará mais uma vez diante da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) seu projeto de resolução "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo Governo dos Estados Unidos contra Cuba".

Essa iniciativa, que o Governo da ilha leva à ONU desde 1992, recebeu desde então o apoio majoritário desse fórum internacional, e em 2017 recebeu 191 votos a favor e 2 contra: EUA e seu aliado Israel.

No ano anterior, com Obama ainda na Casa Branca, EUA e Israel se abstiveram pela primeira vez na votação.