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"Indicações geográficas" são empecilho para acordo Mercosul-UE, diz chanceler

16/10/2018 01h02

Montevidéu, 15 out (EFE).- As "indicações geográficas" de produtos sul-americanos estão entre os principais empecilhos que impedem a concretização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), além da oferta do bloco europeu ao sul-americano de acesso a seus mercados, afirmou o chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa.

Depois da reunião nesta segunda-feira entre os ministros de Relações Exteriores de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai em Montevidéu, Nin Novoa afirmou em relação às indicações geográficas que "há muitos produtos que são produzidos nestes países há mais de 150 anos", e citou como exemplo o queijo parmesão, que é feito em seu país "desde 1864".

Além disso, o uruguaio afirmou que existem "temas sensíveis" no processo de negociação e que estes fazem referência ao acesso de setores como o automotivo e o lácteo aos países europeus.

As observações por parte dos países membros do Mercosul neste campo estão incluídas em um documento que elaboraram hoje e será apresentado aos representantes da UE.

"De todos os pedidos que a União Europeia nos fez, avançamos em quase todos, e há alguns que continuam sendo mais difíceis, mais sensíveis, (...) mas o que manifestamos e reafirmamos é a vocação e a vontade de continuar negociando", disse, sem querer entrar em detalhes sobre quais medidas foram tomadas pelo Mercosul a respeito.

"Não quero que os europeus se informem pela imprensa sobre o que vamos lhes dizer. Infelizmente não podemos ser explícitos, mas temos a melhor vontade possível", ressaltou.

Nin Novoa afirmou que o Mercosul apresentará uma proposta à UE "em poucas semanas" e que, com ela, esperam "um movimento" que deixe as duas partes mais satisfeitas.