Trens voltam a conectar o Iraque após derrota do Estado Islâmico
Amre Hamid.
Bagdá, 3 dez (EFE).- Cobrir os 60 quilômetros que separam Bagdá de Faluja já não representa uma viagem eterna, cheia de perigos e controles de segurança, graças à recuperação paulatina das ferrovias iraquianas após a derrota do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O jovem Saber Ibrahim, de 28 anos, se encolhe no seu assento em um dos lentos e velhos trens iraquianos desta linha, que voltaram a entrar em funcionamento há dois meses, e se alegra por poder retornar à sua cidade em "apenas" uma hora e meia.
"Agora, prefiro viajar de trem do que ir de ônibus ou de táxi para evitar os postos de controle, que atrasam os viajantes algumas vezes por várias horas", comentou Ibrahim à Agência Efe.
Os trens a Faluja também são uma opção mais barata, custam 2.000 dinares (US$ 1,7), metade que um ônibus ou um quarto da tarifa de um táxi, que pode multiplicar-se em função dos atrasos nos vários controles de estrada, ainda necessários pelos ainda frequentes atentados terroristas.
A preocupação com a segurança é palpável no interior dos próprios trens, onde os policiais, armados com fuzis e vestidos com uniformes de camuflagem, percorrem os corredores dos vagões durante toda a viagem.
A linha entre Bagdá e Faluja, cidade que esteve sob o controle dos jihadistas até junho de 2016, reiniciou suas operações há algumas semanas.
No entanto, os operários da companhia pública de ferrovias seguem trabalhando na reconstrução das estações e vias do resto da linha, que se dirige ao oeste rumo a Ramadi, a 50 quilômetros de Faluja, cidade famosa por ter sido o foco do levante contra a ocupação dos Estados Unidos.
O trecho da linha entre Ramadi e Faluja "foi muito danificado" pelos terroristas do EI, que detonaram as estações, os trens estacionados nelas e muitas pontes por onde passavam as vias, segundo relatou à Efe o engenheiro Ahmed Rauf, supervisor da Empresa Geral de Ferrovias do Iraque.
A principal linha ferroviária do Iraque, que conecta Bagdá com as cidades do norte e com a fronteira turca, está ainda começando suas obras, razão pela qual "a maioria do traçado não está operacional".
Os combates das forças iraquianas contra os jihadistas se prolongaram no norte do país até o final de 2017 e o governo só anunciou a vitória definitiva contra o EI no início de dezembro do ano passado, após conquistar as últimas cidades na região de Ambar, na fronteira com a Síria.
O primeiro trecho de vias da linha do norte que conecta a capital iraquiana com Samarra, a 120 quilômetros de Bagdá, já iniciou suas viagens experimentais depois de concluir as obras de recuperação.
Mas, para que os trens possam voltar a chegar a Mossul, a grande cidade do norte do Iraque e antiga capital dos jihadistas, "será necessário mais tempo e muito dinheiro", destacou Rauf.
A reconstrução dessa linha de ferrovia, segundo ressaltou o engenheiro, é um processo "rodeado de muitos riscos" pelo perigo de atentados das células que o EI mantém ativas no norte do país.
A linha ferroviária do sul, que une Bagdá com Basra, a segunda maior cidade do país, e as cidades santas de Carbala e Najaf, nunca deixou de funcionar durante os quatro anos de guerra contra o EI e desde 2015 conta com trens novos, de manufatura chinesa, equipados com ar condicionado.
Agora, também tenta recuperar a normalidade a Estação Internacional de Bagdá, ponto central da rede ferroviária iraquiano, construída no distrito de Al Allawi nos anos 40, durante a colonização britânica, e onde agora é possível ver novamente filas de passageiros para comprar os seus bilhetes.
Nesta estação, Abu Mayed, um assistente de maquinista de 45 anos, disse à Efe que, "há poucos meses, viajar de trem a Faluja era um sonho, mas se transformou em uma realidade".
Mayed espera que o empenho dos profissionais da empresa, "que deram vida para esta linha" após tirar toneladas de escombros, possam fazer o mesmo para acabar de recuperar os 2.893 quilômetros da rede ferroviária do país.
Bagdá, 3 dez (EFE).- Cobrir os 60 quilômetros que separam Bagdá de Faluja já não representa uma viagem eterna, cheia de perigos e controles de segurança, graças à recuperação paulatina das ferrovias iraquianas após a derrota do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O jovem Saber Ibrahim, de 28 anos, se encolhe no seu assento em um dos lentos e velhos trens iraquianos desta linha, que voltaram a entrar em funcionamento há dois meses, e se alegra por poder retornar à sua cidade em "apenas" uma hora e meia.
"Agora, prefiro viajar de trem do que ir de ônibus ou de táxi para evitar os postos de controle, que atrasam os viajantes algumas vezes por várias horas", comentou Ibrahim à Agência Efe.
Os trens a Faluja também são uma opção mais barata, custam 2.000 dinares (US$ 1,7), metade que um ônibus ou um quarto da tarifa de um táxi, que pode multiplicar-se em função dos atrasos nos vários controles de estrada, ainda necessários pelos ainda frequentes atentados terroristas.
A preocupação com a segurança é palpável no interior dos próprios trens, onde os policiais, armados com fuzis e vestidos com uniformes de camuflagem, percorrem os corredores dos vagões durante toda a viagem.
A linha entre Bagdá e Faluja, cidade que esteve sob o controle dos jihadistas até junho de 2016, reiniciou suas operações há algumas semanas.
No entanto, os operários da companhia pública de ferrovias seguem trabalhando na reconstrução das estações e vias do resto da linha, que se dirige ao oeste rumo a Ramadi, a 50 quilômetros de Faluja, cidade famosa por ter sido o foco do levante contra a ocupação dos Estados Unidos.
O trecho da linha entre Ramadi e Faluja "foi muito danificado" pelos terroristas do EI, que detonaram as estações, os trens estacionados nelas e muitas pontes por onde passavam as vias, segundo relatou à Efe o engenheiro Ahmed Rauf, supervisor da Empresa Geral de Ferrovias do Iraque.
A principal linha ferroviária do Iraque, que conecta Bagdá com as cidades do norte e com a fronteira turca, está ainda começando suas obras, razão pela qual "a maioria do traçado não está operacional".
Os combates das forças iraquianas contra os jihadistas se prolongaram no norte do país até o final de 2017 e o governo só anunciou a vitória definitiva contra o EI no início de dezembro do ano passado, após conquistar as últimas cidades na região de Ambar, na fronteira com a Síria.
O primeiro trecho de vias da linha do norte que conecta a capital iraquiana com Samarra, a 120 quilômetros de Bagdá, já iniciou suas viagens experimentais depois de concluir as obras de recuperação.
Mas, para que os trens possam voltar a chegar a Mossul, a grande cidade do norte do Iraque e antiga capital dos jihadistas, "será necessário mais tempo e muito dinheiro", destacou Rauf.
A reconstrução dessa linha de ferrovia, segundo ressaltou o engenheiro, é um processo "rodeado de muitos riscos" pelo perigo de atentados das células que o EI mantém ativas no norte do país.
A linha ferroviária do sul, que une Bagdá com Basra, a segunda maior cidade do país, e as cidades santas de Carbala e Najaf, nunca deixou de funcionar durante os quatro anos de guerra contra o EI e desde 2015 conta com trens novos, de manufatura chinesa, equipados com ar condicionado.
Agora, também tenta recuperar a normalidade a Estação Internacional de Bagdá, ponto central da rede ferroviária iraquiano, construída no distrito de Al Allawi nos anos 40, durante a colonização britânica, e onde agora é possível ver novamente filas de passageiros para comprar os seus bilhetes.
Nesta estação, Abu Mayed, um assistente de maquinista de 45 anos, disse à Efe que, "há poucos meses, viajar de trem a Faluja era um sonho, mas se transformou em uma realidade".
Mayed espera que o empenho dos profissionais da empresa, "que deram vida para esta linha" após tirar toneladas de escombros, possam fazer o mesmo para acabar de recuperar os 2.893 quilômetros da rede ferroviária do país.
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