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EUA tentam acabar com supremacia tecnológica da Huawei, diz imprensa da China

07/12/2018 11h35

Xangai (China), 7 dez (EFE).- A detenção da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, é uma tentativa do governo dos Estados Unidos de acabar com a supremacia tecnológica da companhia chinesa, indicou nesta sexta-feira a imprensa oficial do país asiático em vários artigos de opinião.

"Obviamente, Washington está recorrendo a um enfoque desonesto, já que não pode deter o avanço de Huawei no tema do 5G no mercado", comentou o jornal governista "Global Times" em um duro editorial publicado hoje.

Meng, filha do fundador da companhia, comparece nesta sexta-feira diante de um tribunal em Vancouver, no Canadá, que deve avaliar se lhe concede a liberdade mediante pagamento de fiança, enquanto estuda sua extradição aos Estados Unidos.

A diretora de 46 anos foi detida em 1º de dezembro a pedido das autoridades americanas, que querem sua extradição pela suposta violação das sanções impostas ao Irã.

"Com a detenção, os Estados Unidos enviam sinais à comunidade internacional de que está mirando a Huawei. Está claro que Washington está culpando maliciosamente a Huawei e está tentando colocar a companhia em perigo com as leis americanas", diz o texto.

A China pediu aos Estados Unidos e ao Canadá uma explicação sobre a detenção, que na quinta-feira ocasionou quedas nas bolsas mundiais por temor de que este caso provoque uma intensificação da guerra comercial entre Washington e Pequim.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, tentou na quinta-feira desvincular seu governo do conflito crescente entre os Estados Unidos e a China provocado pela detenção e reafirmou a independência do sistema judicial canadense.

A detenção de Meng aconteceu no mesmo dia em que o presidente da China, Xi Jinping, e dos EUA, Donald Trump, se reuniram em Buenos Aires e estabeleceram a suspensão temporária da guerra comercial à espera de novas negociações.

"O movimento dos Estados Unidos obviamente vai contra o consenso alcançado entre os chefes de Estado da China e dos Estados Unidos na Argentina", afirmou o "Global Times" no texto no qual pediu a Pequim "determinação e sabedoria para garantir seus próprios interesses".

Há alguns anos a Huawei vem entrando da mira do governo americano, que acredita que a companhia representa uma ameaça para a segurança nacional por seus supostos laços com Pequim e os serviços de segurança chineses.

"Washington está tentando prejudicar a reputação internacional da Huawei e ameaça o mercado global do gigante tecnológico em nome da lei", acrescentou o "Global Times", que fez uma chamada "ao governo e à sociedade chinesa para oferecer apoio moral a Huawei, e aos diplomatas chineses para oferecer assistência oportuna a Meng".

"O governo chinês deveria refletir seriamente sobre a tendência americana de abusar dos procedimentos legais para prejudicar as empresas de alta tecnologia da China", afirmou o jornal.

Outra publicação oficial do país, o "China Daily", também se manifestou através de um editorial no qual garantiu que os Estados Unidos estão "tentando fazer o possível para conter a expansão da Huawei no mundo".

"Os motivos de segurança são a razão que eles dão, mas não foram apresentadas provas disto", afirmou o jornal, convencido de que "a animosidade de Washington contra a China é a sua persistente mentalidade de Guerra Fria, com a qual distorce continuamente a realidade das relações internacionais".

Segundo o "China Daily", para melhorar as relações entre a China e os Estados Unidos e "as perspectivas brilhantes para a economia mundial", os Estados Unidos devem "mudar sua mentalidade" em relação a Pequim e deixar de ver o país como "um rival".