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BM reduz previsões de crescimento de Brasil e América Latina

08/01/2019 20h48

Washington, 8 jan (EFE).- O Banco Mundial (BM) diminuiu drasticamente nesta terça-feira as previsões de crescimento feitas para o Brasil e a América Latina em relação às que tinha elaborado em junho do ano passado.

Se há seis meses as perspectivas para a região eram de 1,7% para 2018 e 2,3% para 2019, os números divulgados pelo BM nesta terça-feira foram menores, 0,6% e 1,7%, respectivamente. Já para o país, as últimas estimativas são de um crescimento de 1,2% em 2018 e de 2,2% em 2019 - em junho do ano passado, as previsões eram de 2,4% e 2,5%.

A América Latina foi a região do mundo que teve a maior redução das perspectivas de crescimento feitas pelo BM.

"Parte da razão desta forte redução se deve a uma mudança nas condições externas de financiamento e a uma suavização do comércio global", explicou Ayhan Kose, diretor do Grupo de Análise das Perspectivas de Desenvolvimento do BM, em conferência por telefone.

Kose afirmou que o crescimento do Brasil foi "atenuado" no ano passado pela greve dos caminhoneiros e pela "incerteza" em torno das eleições presidenciais.

O BM espera, no entanto, que a economia brasileira avance, "supondo que sejam rapidamente aprovadas as reformas tributárias e que a recuperação do consumo e dos investimentos supere os cortes nos gastos públicos".

Para a Argentina, o BM prevê uma retração de 1,7% em 2019, 3,5% a menos do que o número estimado seis meses atrás. O México também teve uma previsão revisada para baixo, embora ainda com número positivo, de 2% em 2019, meio ponto percentual a menos do que o previsto em junho.

Como "pontos positivos" na América Latina, Kose citou os casos de Colômbia - onde é esperado um crescimento maior em 2019, de 3,3% - e Chile, que deve ter uma expansão de 3,5%.

Entre os riscos para a região, o BM destacou o possível endurecimento das condições mundiais de financiamento, o que gera "preocupação para os países com grande déficit em conta corrente ou que dependem muito dos fluxos de capitais, entre eles a Argentina, a Bolívia e várias nações do Caribe".

Kose também advertiu sobre o perigo de que um "aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China atrase o crescimento regional a médio prazo através de diversas vias, como as exportações, a confiança e o mercado de produtos básicos". EFE