Cobrança de pedágio para veículos em Manhattan gera polêmica entre motoristas
Nova York, 1 abr (EFE).- A aprovação de uma cobrança de pedágio dentro da cidade de Nova York a partir de 2021, mais especificamente para acessar o sul da região de Manhattan, gerou inúmeras críticas entre motoristas devidos ao alto custo de vida na cidade.
A iniciativa tinha enfrentado oposição na Câmara do estado de Nova York quando foi proposta pela primeira vez pelo então prefeito da cidade homônima, Michael Bloomberg, e acabou não sendo sequer votada em 2008.
Entretanto, ela ressurgiu com força na administração do atual governador do estado, Andrew Cuomo, como alternativa para diminuir o trânsito em uma região sempre cheia de ônibus, caminhões, táxis, carros de moradores e de turistas. O objetivo, desta vez, é injetar dinheiro no metrô da cidade.
Cuomo obteve uma grande vitória ao conseguir o apoio para esta proposta polêmica depois de ter sido criticado, principalmente durante a última campanha eleitoral, pela maneira como abordou os problemas com o metrô, administrado pela Autoridade Metropolitana de Transporte (MTA), que está sob sua responsabilidade.
A medida, que quando começar a ser aplicada injetará mais de US$ 1 bilhão no transporte público (80% para o metrô), foi apoiada por grupos como a organização Riders Alliance, que defende os interesses dos usuários do metrô, mas também rejeitada por alguns nova-iorquinos que terão que administrar um gasto extra.
Um levantamento feito em janeiro pelo Instituto de Pesquisa do Siena College, em Nova York, revelou que 52% da população apoiava a proposta. No entanto, um grupo do distrito de Queens argumentou que as comunidades de classe média não poderão arcar com esta cobrança, que, segundo afirmam, terá um impacto negativo na classe trabalhadora. O pedágio também afetará taxistas, de acordo com a Associação de Motoristas de Carros Alugados e Taxistas (FHV), que considera que essa será uma carga financeira considerável para pequenas empresas que dependem do trânsito livre para manter os custos baixos.
"Isso é um imposto contra as pessoas que simplesmente têm a ousadia de se locomover pela própria cidade", disse o senador republicano Andrew Lanza durante a votação.
Um comitê que Cuomo criou no ano passado sugeriu que o custo seja de US$ 11,52 (R$ 44) para carros e US$ 25,34 (R$ 98) para caminhões. De acordo com o "The Wall Street Journal", esta ação servirá como teste para outras cidades americanas que estudam a possibilidade, mas que ainda estão muito longe de colocá-la em prática.
"A experiência de Nova York será um importante precedente para as conversas que estão acontecendo em outras cidades", avaliou ao jornal Corinne Kishner, diretora-executiva da Associação Nacional de Empregados de Transporte.
Ela garantiu que está é uma oportunidade para analisar o preço do congestionamento no país e destacou que outros estados e cidades, especificamente San Francisco e Los Angeles, estão avaliando opções para um sistema parecido. EFE
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