Ghosn anuncia primeira entrevista à imprensa desde sua detenção
Tóquio, 3 abr (EFE).- O brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan Motor, fará o primeiro comparecimento público em 11 de abril desde que foi libertado mediante o pagamento de fiança depois de ter sido detido em Tóquio no ano passado, disseram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes de sua defesa.
Ghosn foi detido na capital japonesa em 19 de novembro do ano passado e ganhou liberdade após pagar uma fiança em 6 de março deste ano. Desde então, o empresário tem seus movimentos e contratos restringidos, de acordo com as condições determinadas pelo tribunal responsável por seu caso.
As fontes do escritório Law Office Hironaka, que defende Ghosn, confirmaram que a entrevista coletiva acontecerá em 11 de abril e disseram que ainda não há detalhes sobre o local da mesma.
A informação foi divulgada um dia depois que o advogado de Ghosn, Junichiro Hironaka, afirmou que não havia data para a entrevista coletiva que tinha sido anunciada inicialmente, já que seu cliente estava analisando cuidadosamente o que iria dizer aos jornalistas.
A data de 11 de abril foi anunciada pela primeira vez em mensagem no Twitter de alguém identificado como Carlos Ghosn, em uma primeira postagem nessa conta, primeiro em inglês e depois em japonês com o mesmo texto.
"Estou me preparando para contar a verdade sobre o que está acontecendo. Entrevista coletiva na quinta-feira 11 de abril", dizia a mensagem.
No entanto, o perfil, aparentemente de criação recente, identificava Ghosn, entre outros cargos, como ex-presidente da Nissan Motors, e não Nissan Motor, o nome real da empresa, um erro raro para alguém que esteve à frente da companhia durante duas décadas, o que gerou dúvidas sobre a autenticidade da conta no Twitter.
Pouco depois da postagem desse tweet, fontes do escritório de advocacia não quiseram confirmar e nem desmentir sua veracidade e só quatro horas depois confirmaram a convocação da entrevista coletiva na data indicada.
Ghosn, de 65 anos, enfrenta três acusações nos tribunais do Japão, duas delas por não declarar às autoridades compensações milionárias estabelecidas com a Nissan desde 2009.
Além disso, o ex-executivo é acusado de abuso de confiança agravado em relação à Nissan por supostamente utilizar fundos da companhia para cobrir despesas financeiras pessoais.
Na terça-feira, Hironaka colocou em dúvida que o julgamento começe em setembro e deixou aberta a possibilidade de que a Promotoria acrescente novas acusações contra o ex-presidente de Nissan Motor, Renault e Mitsubishi.
Precisamente hoje, fontes judiciais vazaram para veículos de imprensa locais a possibilidade de novas acusações seewm apresentadas contra ele, também por abuso de confiança agravado por uma série de transferências supostamente irregulares para um distribuidor em Omã.
Fontes da Promotoria de Tóquio, que conduz o caso, não puderam confirmar à Efe se, caso existam novas acusações, Ghosn teria que voltar à prisão, já que a liberdade com pagamento de fiança foi aplicada às três acusações formais iniciais. EFE
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