Airbus confia que vai retomar vendas para o Brasil com recuperação econômica
Carlos A. Moreno.
Rio de Janeiro, 4 abr (EFE).- O diretor regional da Airbus Defense and Space, Christophe Roux, disse nesta quinta-feira em entrevista à Agência Efe que confia que a empresa vai retomar as vendas de aviões militares e satélites para o Brasil e outros países da América Latina com a recuperação econômica da região.
O executivo reconheceu que as metas que a Airbus tinha para o setor de defesa há dois anos de atender parte da demanda reprimida da América Latina por aviões de transporte militar não se concretizou devido à crise econômica na região, que se prolongou mais do que o previsto. No entanto, o cenário começa a mudar.
"A situação melhorou um pouco, embora ainda seja preciso esperar que essa mudança se confirme. Os últimos dois ou três anos foram muito difíceis em toda região, principalmente no Brasil e no México, que são os países que têm mais peso. E quando a situação nesses dois países não está bem, certamente que as consequências se refletem nas nossas vendas", afirmou o executivo.
Roux veio ao Rio de Janeiro para participar da 12ª edição da Exposição Latino-Americana de Espaço e Defesa (LAAD) e conversou com a Efe no estande montado pela Airbus Defense e Space no evento.
"Confiando que a melhoria da situação (econômica) se confirme, a Airbus tem muitas expectativas porque, seja no âmbito da aviação militar, dos serviços ou dos sistemas de satélites, há muitas necessidades na região", disse.
Para o executivo da Airbus, o Brasil, por suas dimensões territoriais, precisa de um sistema soberano, autônomo e próprio de observação espacial e também de mais aviões militares e satélites de telecomunicação. "Seja amanhã ou depois de amanhã, quando essa decisão (de compra) for tomada, estaremos presentes", disse Roux.
Em 2015, na própria LAAD, a Airbus calculava que venderia 20 aviões de transporte militar nos próximos cinco anos na região, o que acabou não se concretizando devido às crises econômicas.
"Falar sobre um número de aviões nesse momento não é muito correto. Há muitas necessidades, mas cada país tem que fazer sua escolha de projetos, ver o que eles querem ou não. Não cabe a nós dar números. Esperamos que os negócios no setor da aviação como no do espaço decolem", disse o representante da fabricante europeia.
O principal produto vendido pela Airbus na região é o avião militar C295, que pode transportar até 71 soldados, três veículos ou nove toneladas de carga. Ele pode ser adaptado para uma série de funções, como patrulha marítima e lançamento de paraquedistas.
Na região, o avião é utilizado por Brasil (14 aeronaves), México (14), Colômbia (6), Chile (3) e Equador (3).
"O C295 é um avião bastante bem-sucedido na América Latina porque não é um avião, mas uma plataforma com a qual podemos fazer diferentes missões. Não é um avião totalmente militar, mas dual (também civil), que pode apoiar operações de evacuação e de resgate em desastres naturais. Por isso, é o ideal para a região", explicou.
O Brasil encomendou três modelos do C295 adaptados para fazer patrulha marítima, segundo o executivo da Airbus. O primeiro foi entregue em julho de 2017, fez uma bem-sucedida excursão mundial, com mais de 1.000 horas de voo sem qualquer tipo de problema.
"Entregaremos o segundo neste ano e o terceiro em 2020", disse.
No entanto, outro produto que a Airbus aposta para ampliar suas vendas na América Latina são os satélites, que podem oferecer imagens de observação terrestre e telecomunicações.
"O exemplo emblemático é o satélite Perusat 1, que é o sistema de observação da terra mais potente da região e do qual estamos muito orgulhosos de seu sucesso. O desenvolvemos e lançamos em menos de dois anos, algo que nenhuma outra empresa do mundo conseguiu para este tipo de sistema tão potente", disse.
Segundo Roux, o interesse de outros países pelo satélite já se confirmou. Ele revelou que o Peru recebeu muitas delegações de outros governos da região para conhecer detalhes do programa. EFE
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