Azevêdo reconhece que OMC precisa melhorar órgão de solução de controvérsias
Cidade do México, 4 abr (EFE).- A Organização Mundial do Comércio (OMC) vive uma nova etapa de oportunidades e desafios que devem ser enfrentados com uma melhoria do sistema de solução de controvérsias, disse nesta quinta-feira o diretor-geral do órgão, Roberto Azevêdo.
Após participar de um evento na Cidade do México, Azevêdo conversou com a imprensa e usou o humor para responder a uma pergunta de um jornalista que disse que a OMC pode terminar como um zumbi.
"Não temos a ambição de virarmos um zumbi e não estamos nesse caminho", brincou o diplomata brasileiro.
A pergunta tinha relação com o impasse na indicação de juízes para o Órgão de Apelação da OMC. Caso não haja novas nomeações até o fim do ano, todo o sistema de solução de controvérsias pode parar.
"Mas não estamos esperando ver o que vai ocorrer", explicou.
Segundo Azevêdo, os representantes da organização estão discutindo com os países-membros a situação e alguns já estão propondo alternativas caso o Órgão de Apelação fique inoperante.
"São discussões que estão em curso. Tenho confiança que os membros vão encontrar soluções. Podem ser soluções não ideais, mas espero que tenhamos um sistema que siga funcionando normalmente ou quase normalmente", ressaltou.
"O importante é ter comércio mundial fluindo de uma maneira não obstruída e da melhor maneira possível", completou Azevêdo.
Para resolver o impasse no Órgão de Apelações, o diretor-geral da OMC disse que tentará reduzir as tensões comerciais e as turbulências entre alguns países.
"Se existe uma tensão comercial entre dois países, o fluxo comercial dos dois não é o único afetado. Uma quantidade muito grande de países que estão agregados nas cadeias de valor é afetada. (...) Com esse cenário, todos perdem, mesmo aqueles que acham que estão no topo da cadeia alimentar", explicou.
Sobre a ratificação do Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), Azevêdo disse que, em um mundo ideal, acordos como o firmado entre os três países entrariam em vigência com "facilidade".
"Mas esse não é o mundo real de 2019", ressaltou Azevêdo.
Perguntado se poderia dar um conselho para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o diplomata brasileiro disse que não tem ambição de ser conselheiro de qualquer presidente.
Apesar disso, pediu que México e EUA resolvam suas diferenças após as ameaças de Trump de fechar a fronteira e de impor tarifas sobre os automóveis produzidos no território mexicano.
"É um assunto político que envolve mais de uma área e deve ser solucionado de uma maneira construtiva porque quem paga o preço é o consumidor, entre eles os mais pobres", declarou Azevêdo.
Antes do evento, Azevêdo se reuniu com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. Os dois criticaram medidas unilaterais que levam ao protecionismo por considerar que elas afetam o ritmo do crescimento da economia mundial. EFE
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