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China pede aos EUA que encerrem suas práticas "hostis" contra a Huawei

16/05/2019 06h50

Pequim, 16 mai (EFE).- A China pediu nesta quinta-feira que os Estados Unidos encerrem suas práticas contra empresas estrangeiras, como a declaração de emergência nacional decretada ontem pelo presidente americano, Donald Trump, que proíbe companhias dos EUA de usar equipamentos de empresas que supostamente tentam espionar o país.

"Ninguém vê esse movimento como construtivo ou amigável e pedimos que os Estados Unidos parem de usar essas práticas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, em entrevista coletiva.

Kang afirmou que a China "se opõe a países que criam problemas com a questão da segurança nacional como uma desculpa" e assegurou que empresas estrangeiras no gigante asiático "não precisam se preocupar se estiverem em uma situação legal".

"A China tomará as medidas necessárias para proteger os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas", disse Lu, acrescentando que "o governo chinês sempre exigiu que empresas que operam no exterior cumpram as leis daqueles países".

Na mesma linha, o Ministério do Comércio do gigante asiático pediu hoje aos Estados Unidos que "parem com o erro" de colocar em prática "uma ordem executiva que ordene a exclusão da Huawei".

"Esta ordem executiva é um abuso da segurança nacional" e implica "sanções comerciais unilaterais", disse o porta-voz do ministério, Gao Feng, também em uma entrevista coletiva.

Além disso, Gao pediu aos EUA que "respeitem as regras do mercado" e proporcionem um ambiente de negócios "transparente e imparcial" para empresas estrangeiras.

Trump expressou sua decisão em uma ordem executiva, que é dirigida contra os "adversários estrangeiros" dos EUA, embora ele não nomeie especificamente a China, um país com o qual ele mantém uma intensa disputa comercial.

A ordem executiva de Trump não impõe automaticamente restrições à compra de equipamentos de telecomunicações, mas dá ao Secretário de Comércio, Wilbur Ross, 150 dias para estabelecer quais empresas devem estar sujeitas a novas limitações, por representar um perigo para a segurança americana.

A Huawei disse hoje que as restrições às atividades tecnológicas dos EUA apenas "prejudicariam os interesses" das empresas e consumidores deste país.

Em um comunicado, o gigante tecnológico chinês disse que esse tipo de "restrições não razoáveis" viola os direitos da empresa e levanta "outros problemas legais sérios". EFE