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Irã anuncia que quadruplicou produção de urânio enriquecido

20/05/2019 17h28

Teerã, 20 mai (EFE).- A Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) anunciou nesta segunda-feira que quadruplicou a produção de urânio enriquecido e que em algumas semanas ultrapassará o limite de 300 quilos estipulados no acordo nuclear de 2015.

O porta-voz da AEOI, Behrouz Kamalvandi, citado pela agência oficial "Irna", disse que este aumento da capacidade de produção de urânio com nível de enriquecimento de 3,67% é uma mensagem aos demais integrantes do pacto nuclear.

"A República Islâmica do Irã, com as mesmas centrífugas, é capaz de aumentar sua produção e, com as medidas dos especialistas da indústria nuclear, não levará muito tempo até superar o limite de produção de 300 quilos", afirmou.

De acordo com o Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), o Irã pode enriquecer urânio a 3,67% e com limite de 300 quilos, com excedentes sendo enviados ao exterior. No entanto, no dia 8 deste mês, um ano depois da saída dos Estados Unidos do pacto, o presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou que o Irã não venderia os excedentes de produção de urânio enriquecido e de água pesada para outros países.

O governante deu, além disso, uma moratória de 60 dias aos outros signatários do acordo (Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) para resolverem as atuais restrições ao sistema bancário iraniano e às exportações de petróleo. Caso os interesses do Irã não fossem garantidos nesse prazo, Rohani advertiu que também não cumpriria com o limite de enriquecimento de 3,67%.

Por sua vez, Kamalvandi afirmou que a cooperação com a Rússia e com a China "avança bem", mas que os europeus não fizeram o suficiente para resistir às sanções impostas pelo governo americano contra o Irã após a saída do acordo. Quanto a um eventual aumento do nível de enriquecimento, ele antecipou que o Irã têm a capacidade necessárias para fazê-lo.

Citando o chefe da AEOI, Ali Akbar Salehi, Kamalvandi disse que "em quatro dias" o país pode começar a enriquecer urânio a 20%, o nível anterior à assinatura do acordo.

O acordo limita o programa atômico iraniano em troca da suspensão das sanções internacionais, por isso a retirada dos Estados Unidos e as medidas contra o Irã o deixaram seriamente prejudicado.

Além das sanções, a tensão entre os dois países aumentou no plano militar no Golfo Pérsico. O presidente americano, Donald Trump, advertiu ontem que se o Irã quiser guerrear com os EUA, sofrerá seu "fim oficial". EFE