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Huawei nega que proibição dos EUA afete a implantação da tecnologia 5G

21/05/2019 04h57

Pequim, 21 mai (EFE).- O fundador e CEO do gigante de tecnologia chinês Huawei, Ren Zhengfei, negou nesta terça-feira que as restrições dos Estados Unidos aos seus produtos e suprimentos afetem a implantação da tecnologia 5G, em que a empresa disse estar em vantagem de "dois ou três anos" sobre seus concorrentes.

Em entrevista à mídia estatal chinesa, Ren disse que a decisão de algumas empresas de tecnologia dos EUA de não fornecer equipamentos a Huawei "não significa muito" e garantiu que sua empresa estava pronta para lidar com essa restrição.

"Podemos fabricar chips tão bons quanto os fabricados por empresas americanas, embora isso não signifique que não compremos chips deles", afirmou o executivo.

O fundador da Huawei reconheceu que o conflito com os americanos era "inevitável", devido ao interesse da companhia asiática em se estabelecer como um dos líderes mundiais da tecnologia 5G.

"No nosso negócio (redes 5G), a Huawei está na liderança, embora na comparação entre os países ainda estamos muito longe dos Estados Unidos", acrescentou.

Ele também disse que sua empresa "não excluirá" suprimentos dos Estados Unidos e que a Huawei é "muito grata às empresas americanas", entre elas a IBM.

"Deveríamos crescer juntos, mas em caso de haver uma escassez de fornecimento, já temos uma 'cópia de segurança'. Em 'tempo de paz', metade de nossos chips vêm de empresas americanas e a outra metade da Huawei. Não podemos ficar isolados do resto do mundo", indicou Ren.

Questionado por quanto tempo durará a crise em torno da Huawei, o executivo disse que a questão deveria ser endereçada diretamente ao presidente dos EUA, Donald Trump.

"A responsabilidade deve ir para os políticos dos Estados Unidos, não para suas empresas", afirmou.

Estas declarações acontecem depois do Departamento de Comércio americano ter expedido ontem uma licença de 90 dias que levanta durante esse período o veto a Huawei e empresas afiliadas para preparar uma transição sem a presença do gigante tecnológico chinês. EFE