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Argentina amanhece paralisada por 5ª greve geral contra o governo

29/05/2019 12h06

Buenos Aires, 29 mai (EFE).- As principais cidades da Argentina amanheceram sem transporte público e coleta de lixo nesta quarta-feira, com escolas e bancos fechados e os serviços de saúde limitados pela quinta greve geral que a principal central sindical convocou contra o governo de Mauricio Macri.

Em Buenos Aires, Córdoba e Rosário as ruas e estações estão vazias e também não há voos nacionais nem internacionais a partir de ou para os aeroportos mais importantes do país, com exceção da companhia aérea de baixo custo Flybondi, que opera no aeroporto de El Palomar, na capital.

Além disso, houve interrupções nos principais acessos a Buenos Aires, como na ponte Pueyrredón e na ponte de La Noria, com mobilizações sindicais e presença de dispositivo policial.

"Estamos fartos das interrupções. É a quinta greve. Quando há um governo que não é do partido dos sindicalistas, acontece isso", disse a ministra de Segurança, Patricia Bullrich.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou a quinta greve geral contra a política econômica do governo de Mauricio Macri desde que assumiu o poder em dezembro de 2015, em um momento de crise econômica marcado pela alta inflação, a queda do emprego e o aumento da pobreza.

Além disso, a greve foi convocada em um momento de crescente clima eleitoral, pela proximidade das eleições presidenciais e legislativas de 27 de outubro, que terão primárias de voto obrigatório em 11 de agosto para escolher os candidatos definitivos.

"A deterioração da situação econômica e social se agrava a cada dia. Porque a inflação destrói o poder aquisitivo dos salários, as aposentadorias e os benefícios sociais. Por um aumento do salário mínimo", expressou a CGT na convocação da greve.

Em 2018, a economia caiu 2,5% afetada pela recessão e o desemprego chegou a 9,1%.

Os problemas começaram meses antes, no fim de abril, quando a fuga de capitais para os Estados Unidos das economias emergentes provocou uma queda abrupta do peso argentino que causou grandes desequilíbrios e levou o governo a solicitar um empréstimo milionário ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em abril, a inflação alcançou 55,8% em estimativa anual e acumulou 15,6% apenas no primeiro quadrimestre deste ano. EFE