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OMS diz que 1 em cada 5 fumantes não sabe que hábito causa câncer de pulmão

30/05/2019 14h20

Genebra, 30 mai (EFE).- Um em cada cinco fumantes no mundo não sabe que o hábito pode causar câncer de pulmão, um fato determinante para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) criasse o Dia Mundial Sem Tabaco em 1987, que será celebrado na sexta-feira (31), para lembrar dos riscos que fumar representa para a saúde humana.

Para este ano, a OMS escolheu como lema a frase "Não deixe que o tabaco tire sua respiração". Segundo o diretor do Departamento de Prevenção de Doenças Não Infecciosas da OMS, Vinayak Prasad, cerca de 3,3 milhões dos 8 milhões de mortos anualmente por conta do tabagismo são vítimas de problemas ligados ao sistema pulmonar.

"Além do desconhecimento dos riscos de câncer de pulmão, nos países em desenvolvimento 50% das pessoas não associam fumar aos infartos", advertiu Kerstin Schotte, especialista do mesmo setor.

"Quase 20% (da população adulta) do mundo fuma, e aqueles que deixam de fazer isso, podem ver em apenas duas semanas os efeitos benéficos para os pulmões, que podem recuperar o funcionamento normal", acrescentou Prasad.

A especialista explicou que, em 2017, 1,5 milhão de fumantes ou pessoas expostas à fumaça do tabaco morreram de doenças respiratórias crônicas, 1,2 milhão por câncer traqueal, bronquial ou pulmonar. Além disso, 600 mil foram vítimas de tuberculose e infecções do sistema respiratório.

Além disso, 60 mil menores de cinco anos morrem de infecções das vias respiratórias causadas pela fumaça alheia e os que chegam à idade adulta, têm mais probabilidades de sofrer mais adiante com doenças pulmonares obstrutivas crônicas.

Neste ano, a OMS renova o pedido para que os países reforcem a luta contra o tabagismo mediante a aplicação plena do convênio adotado em 2003 para seu controle. Além disso, pede que as nações tomem medidas, como o aumento dos impostos ao tabaco, que demonstrou ser uma boa via para reduzir a demanda.

Prasad afirmou que cerca de 80% dos 1,1 bilhão de fumantes no mundo vivem em países de renda média ou baixa, onde o impacto do tabaco na saúde pública é maior.

"A indústria tabagista tenta chegar agora lá, sabem que o hábito de fumar é uma causa perdida nos países desenvolvidos, portanto apontam para países com baixas e médias rendas, com o foco especialmente nas mulheres e crianças", afirmou Schotte.

A médica também ressaltou que foi possível reduzir o número relativo de fumantes no mundo - de 27% em 2000 para 20% em 2016 - mas esclareceu que devido ao aumento da população global, o número absoluto de consumidores de tabaco se mantém similar ao de 20 anos atrás, superando 1 bilhão.

A OMS fixou como meta reduzir a porcentagem do uso do tabaco em 25% para 2025 embora, segundo o especialista, "não estamos no bom caminho para cumpri-la", já que apesar de ter reduzido a prevalência em países desenvolvidos, esta se estagnou ou inclusive subiu em países pobres. EFE