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Trabalhadores da Petrobras no Uruguai marcam greve por tempo indeterminado

04/06/2019 20h43

Montevidéu, 4 jun (EFE).- Os trabalhadores da Petrobras no Uruguai iniciarão na próxima segunda-feira uma greve geral por tempo indeterminado após a empresa brasileira ter rejeitado a última proposta apresentada pelo governo do país sul-americano para resolver a crise.

A informação sobre a greve foi divulgada pelo porta-voz do sindicato dos funcionários da Petrobras, Alejandro Acosta, após uma reunião realizada nesta terça-feira com representantes da estatal e dos ministérios do Trabalho e da Indústria do Uruguai.

Em comunicado divulgado posteriormente, o sindicato informou que montará um acampamento na Praça da Independência, em frente ao escritório da Petrobras em Montevidéu, por tempo indeterminado.

Já a central sindical PIT-CNT decidirá amanhã que medidas tomará após a recusa da empresa brasileira em aceitar o acordo.

Segundo Acosta, representantes da Petrobras disseram na reunião que a empresa precisa confirmar as demissões e as sanções já anunciadas, e por isso a proposta não foi aceita.

O governo do Uruguai havia proposto que essas demissões fossem suspensas, criando uma mesa de diálogo entre as partes.

Para o porta-voz sindical há uma vontade da empresa, controladora da Distribuidora de Gás de Montevidéu, uma "vontade política" de abandonar a distribuição de gás natural no Uruguai.

Acosta disse ainda que as novas demissões podem provocar a extinção do sindicato. Por isso, os trabalhadores da empresa devem discutir qual será o futuro da luta da categoria.

"Nós, como trabalhadores, estamos dispostos a passar por um cenário de conflito prolongado porque sabemos que aqui há muitos interesses criados que se combinam e se entrelaçam. Portanto, a questão não será em poucos dias que isso vai se resolver", concluiu.

A Petrobras anunciou no último dia 26 de abril a venda de novos ativos, incluindo a rede de postos de gasolina PUDSA.

O conflito dos trabalhadores com a empresa começou em 2016, após várias demissões. Alguns funcionários fizeram greve de fome e escritórios da empresa foram ocupados por manifestantes. EFE